Hipótese de Darwin sobre insetos que não voam é confirmada após 160 anos

Insetos voadores que moram em ilhas costumam voar menos se comparado a primos alados de outras partes do planeta. É como se, pela falta de hábito, eles perdessem aos poucos a habilidade de voar, e acabassem apostando em métodos menos ortodoxos de locomoção. Moscas que vivem cercadas por água acabam caminhando mais. Mariposas, da mesma forma, dão uma folga às asas e tendem a se arrastar mais para ir de um lado para o outro.

Esse comportamento já foi observado por cientistas em diferentes cantos da Terra. Mas há um ponto do planeta onde isso é especialmente claro: nas pequenas ilhas no caminho entre a Antártida e a Austrália. Por lá, boa parte dos insetos tendem a optar por uma vida mais terrestre. O motivo por trás da escolha está na ventania: regiões entre as latitudes 40 e 50 do planeta são os locais onde massas de ar se movimentam de forma mais rápida, dificultando o voo.

As explicações em torno desse fenômeno evolutivo motivam divergências teóricas entre biólogos há mais de um século. Nessa lista está o naturalista inglês Charles Darwin, o pai da Teoria da Evolução, que versou sobre o tema há pelo menos 160 anos. “Darwin sabia sobre esse comportamento. Ele e o famoso botânico inglês Joseph Hooker tiveram uma discussão importante sobre por que isso acontece”, explicou Rachel Leihy, pesquisadora da Universidade de Monash, na Austrália. 

Fonte: Revista Superinteressante