O homem que agrediu a procuradora-geral de Registro, no interior de São Paulo, disse à polícia que sofria assédio moral no local de trabalho. Demétrius Oliveira Macedo, também procurador, foi ouvido pela Policia Civil e foi liberado na sequência, uma vez que o delegado responsável pelo caso considerou que “não havia uma situação de flagrante”. A ação foi filmada por outra funcionária e mostra o procurador desferindo socos e chutando a colega (veja o vídeo acima).
Fernando Carvalho Gregório, delegado do 1º Distrito Policial do município, em entrevista à TV Tribuna, afiliada à Rede Globo, falou, nesta quarta-feira (22), sobre o depoimento do agressor e a relação dos colegas no trabalho. “Ele admitiu que agrediu a vítima e alegou que assim o fez por sofrer assédio moral”.
O delegado também explicou sobre a decisão de liberar Demétrius após o depoimento. “Eu entendi que não havia uma situação de flagrante, e sim um fato criminoso. É claro que deveria ser devidamente apurado. Por isso, fizemos o registro da ocorrência e tomamos todas as diligências cabíveis na ocasião”.
“O fato também é analisado pelo Ministério Público (MP) e Poder Judiciário (PJ). Ao final de todos os trabalhos, teremos uma conclusão das investigações num processo, e uma eventual condenação”, ressaltou o delegado, que acrescentou não ser possível antecipar um resultado sem que tenham sido realizadas as devidas investigações.
Depoimento da vítima
O g1 conversou, na terça-feira (21), com a procuradora. Ela se disse ‘desrespeitada como mulher’. “Foi exposta a minha dignidade. Como mulher, fui desrespeitada, assim como servidora pública. Enfim, foi um desrespeito global da minha personalidade como mulher”, afirmou.
Gabriela ainda completou dizendo que temia o colega de trabalho. “Eu tinha medo, sim. Tinha medo de que fosse acontecer isso, mas não imaginava que fosse ser uma violência física, achava que fosse um ‘bate boca’, uma discussão”, relata a profissional, em entrevista à TV Tribuna, emissora afiliada à Rede Globo.
A procuradora relatou à polícia que o colega Demetrius Macedo apresentava comportamento suspeito e que já havia sido grosseiro com outra funcionária do setor. Gabriela informou ter enviado um memorando à Secretaria Administrativa com uma proposta de procedimento administrativo. Agora, a procuradora quer que Macedo seja processado em decorrência das agressões e ofensas contra ela.
Fonte: G1