Huol realizou mutirão de cirurgias de fimose em ação de prevenção ao câncer de pênis

Dez pacientes já regulados para o Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), foram beneficiados pelo Mutirão de Postectomia (cirurgia de fimose), neste sábado (24), realizado no centro cirúrgico do hospital. A ação foi direcionada a pacientes adultos e crianças para prevenção ao câncer de pênis.

A ação foi organizada em todo país pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e suas seccionais, e parte de uma programação voltada para a conscientização e prevenção do câncer de pênis. Esta é a 4ª edição da campanha, cujo tema bem-humorado alerta: “Cuide, você só tem um!”.

“Essa ação do Hospital Universitário Onofre Lopes, da rede Ebserh, é uma ação conjunta com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), seccional Rio Grande do Norte, e visa divulgar o mês de fevereiro como a prevenção do câncer de pênis. Um dos principais fatores de câncer de pênis são homens que têm fimose, e por isso têm dificuldade de fazer higiene da glande, e com isso desenvolvem o câncer de pênis. Essa ação visa divulgar essa informação da prevenção”, explica o chefe da Unidade de Transplante e do Serviço de Urologia do Huol-UFRN, José Hipólito.

A postectomia é o procedimento cirúrgico que retira o excesso de pele do prepúcio, tornando a limpeza da glande mais eficaz, combatendo, assim, a principal causa do câncer de pênis: as más condições de higiene. “Os benefícios da cirurgia para pacientes que têm fimose, que não conseguem expor a glande, é que a circuncisão por facilitar a higiene ela evita o câncer de pênis, que é um câncer extremamente agressivo, também protege de doenças sexualmente transmissíveis, como HPV e HIV”, explicou José Hipólito.

A cirurgia tem uma média de duração em torno de 40 minutos. “Precisa do homem se conscientizar para fazer, porque é uma pequena cirurgia, para não deixar lá para trás, porque eu vi que tem pessoas de mais idade. É uma pequena cirurgia, mas que tem uma importância grande”, falou a mãe de paciente que foi beneficiado pelo mutirão de cirurgias, Tereza Cristina Soares.

O urologista, José Hipólito, alerta ainda sobre a forma de prevenção do câncer de pênis. “A forma principal do câncer de pênis é a higiene diária do órgão genital masculino. Homens que tem fimose, que não conseguem expor a glande, são candidatos a realizar a circuncisão para evitar problemas futuros”, concluiu.

O mutirão de cirurgias contou com a participação dos médicos urologistas Rafael Pauletti, Angelo Campos, Rafael Meduna, André Abrantes, Cesar Britto, Hiram Nobrega e Pedro Sales. E dos anestesistas Emiliana Gomes, Thiago Trigueiro, Ramon Santos e Hingrid Rodrigues. A ação teve o apoio do Departamento de Urologia do Huol, Liga Contra o Câncer, Laboratório Adium e Farmacêutica Zambon.

Câncer de pênis em números

Segundo o Ministério da Saúde, no período de 2012 a novembro de 2022, foram registrados no país 21.766 mil casos de câncer de pênis. Houve 6.456 mil amputações do órgão masculino de 2013 a 2023, com média anual de quase 600 amputações. De 2011 a 2021, a doença provocou mais de 4 mil mortes no Brasil. “No Rio Grande do Norte, a gente tem uma média histórica, mais ou menos, entre 15 e 20 amputações de pênis por ano”, informou o urologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), seccional Rio Grande do Norte, Pedro Sales.

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Câncer de pênis
É um tipo raro de câncer, com maior incidência em homens que têm 50 anos ou mais, embora possa atingir também os mais jovens. A doença está associada à má higiene íntima, à infecção pelo papilomavírus humano (HPV) e a homens que não se submeteram à circuncisão, a remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis. No Brasil, o câncer de pênis é mais comum nas regiões Norte e Nordeste, representando 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. O diagnóstico precoce éfundamental para evitar a evolução do tumor e a posterior amputação total do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem.

Sinais e sintomas
Os principais sinais e sintomas do câncer de pênis são feridas, úlcera persistente. Além desses sintomas, podem aparecer, também:
 Tumoração na glande (cabeça do pênis);
 Tumoração na pele que cobre a cabeça do pênis;
 Tumoração no corpo do pênis;
 Secreção branca (esmegma);
 Aumento anormal do tecido da cabeça do pênis.
No surgimento de qualquer uma dessas manifestações clínicas, é fundamental procurar ajuda médica imediata para evitar possíveis complicações.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de pênis é feito, basicamente, por meio da biópsia incisional (retirada de um fragmento do tecido) de qualquer lesão peniana suspeita para se diferenciar as lesões malignas, assim como seus subtipos, das lesões pré-cancerosas e das benignas. A biópsia é feita após avaliação clínica do médico especialista. Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis tem alta taxa de cura. No entanto, mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões para buscar ajuda médica, o que pode provocar complicações da doença, permitindo que ela se espalhe para outras partes do corpo, o que aumenta as chances de morte.

Todas as lesões ou tumorações penianas, independentemente da presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de exposição da glande, porque a pele que envolve o pênis possui um anel estreito), devem ser avaliadas por um médico, principalmente aquelas de evolução lenta e que não responderam aos tratamentos convencionais. Essas lesões deverão passar por biópsia para análise, quando será dado o diagnóstico final.

Prevenção
Para prevenir o câncer de pênis, é necessário fazer a limpeza diária do órgão com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar aos meninos desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias. A cirurgia de fimose (quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação.

Também chamada de circuncisão, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na infância. Tanto o homem circuncidado como o não-circuncidado reduzem as chances de desenvolver esse tipo de câncer se tiverem bons hábitos de higiene. A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que a prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença.

O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo. Condições básicas de higiene são fundamentais para o cuidado da saúde, seja em homens, mulheres, crianças ou adultos. O uso simples de água e sabão pode evitar diversas doenças, entre elas o câncer de pênis. 
Tratamento
O tratamento do câncer de pênis consiste basicamente na remoção cirúrgica da lesão primária peniana (penectomia parcial ou total) associada à linfadenectomia inguinal bilateral com intenção curativa. A cura é possível até mesmo nos casos de metástase inguinal. No entanto, o tratamento do câncer de pênis depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha).
Os principais tratamentos para câncer de pênis, que podem ser combinados ou não, conforme cada caso e com a devida recomendação médica, são:
 Cirurgia;
 Radioterapia;
 Quimioterapia.

A radioterapia e a quimioterapia são indicadas nos casos de recidiva do câncer de pênis ou como tratamento paliativo nos casos que não são considerados cirúrgicos.

Sobre a Ebserh

O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.