O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (13/6), o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, referente ao mês de maio deste ano, que mais uma vez registrou desaceleração para todas as classes de renda, na comparação com abril. Em termos absolutos, as famílias de renda alta tiveram o maior alívio inflacionário, com deflação de 0,08%, enquanto o segmento de renda muito baixa apresentou a taxa mais elevada de inflação no período (0,33%).
No acumulado de janeiro a maio deste ano, famílias de renda muito baixa registraram a menor taxa de inflação (2,65%), ao passo que, a classe de renda média-alta apresentou a maior taxa (3,13%), de acordo com a tabela abaixo:
Inflação por faixa de renda (Em %)
Na desagregação por grupos, mais uma vez, o grupo “saúde e cuidados pessoais” foi o maior ponto de pressão inflacionária em maio, fruto do novo reajuste nos produtos farmacêuticos (alta de 1,1%), impactando, sobretudo, as classes de renda mais baixas. Entretanto, para as classes de renda mais altas, a pressão veio do reajuste de 1,2% dos planos de saúde. A alta do grupo habitação, decorrente dos aumentos das taxas de água e esgoto (2,7%) e da tarifa de energia elétrica (0,91%), também provocou uma pressão inflacionária nos segmentos de menor poder aquisitivo.
Na comparação com maio do ano passado, todas as faixas de renda registraram desaceleração da inflação, com exceção do segmento de renda muito baixa. O recuo foi significativamente maior para as famílias de renda alta, por conta da melhora no comportamento das passagens aéreas e dos combustíveis, com deflações de 17,7% e 1,8%, respectivamente. Esses números ficaram abaixo das altas registradas em maio do ano passado (18,3% e 1,0%, respectivamente). A descompressão inflacionária também é explicada pela trajetória mais benevolente dos alimentos no domicílio, com variação nula em maio deste ano ante alta de 0,43%, no ano passado.
No acumulado em 12 meses, até maio, a menor taxa foi observada pelo segmento de renda média-baixa (3,71%), enquanto a maior taxa foi registrada pelas famílias de renda alta (5,05%).