O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um apelo nesta quinta-feira (15) por uma frente unida contra crimes de ódio e violência política, em um discurso durante uma cúpula na Casa Branca focada no combate ao extremismo. “Os supremacistas brancos não terão a última palavra”, declarou Biden no evento, batizado de United We Stand Summit, que reuniu ativistas de direitos civis, líderes religiosos, acadêmicos, sobreviventes de ataques e autoridades eleitas.
A cúpula também buscou homenagear comunidades que foram atingidas por crimes motivados por ódio, incluindo os ataques a tiros em uma boate gay em Orlando em 2016 e em um supermercado em Buffalo em maio deste ano, em que dez negros foram mortos por um racista declarado. “Temos que enfrentar o bem, o mal e a verdade. Isso é o que fazem as grandes nações , e nós somos uma grande nação”, disse Biden. “É preciso escolher entre ser uma nação de esperança, unidade e otimismo – ou uma nação de medo, divisão e ódio.”
Na cúpula, o presidente americano foi apresentado por Susan Bro, mãe de Heather Heyer, que foi morta durante um ato nacionalista branco em Charlottesville em agosto de 2017. “Seu assassinato repercutiu em todo o mundo, mas o ódio não começou nem terminou ali”, disse Bro. Biden afirmou, como já havia feito outras vezes, que foi esse caso que o convenceu a concorrer à Casa Branca contra o então presidente Donald Trump nas eleições de 2020, depois de o republicano ter se recusado inicialmente a condenar a marcha neonazista.
“Charlottesville mudou tudo, porque acredito que nossa história serve para unir a população em uma nação, em uma América”, disse o presidente. Mas ele reconheceu que uma onda de violência racista – incluindo o massacre em Buffalo neste ano e os ataques a tiros contra negros em uma igreja em Charleston em 2015 e contra latinos em El Paso em 2019 – devastou o país. “Muitos de vocês perderam parte de seu coração e alma.”