Jornalista atacada por Bolsonaro desabafa e processa o presidente por danos morais

A jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, que foi atacada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, com ofensas de cunho sexual, fez declarações recentes sobre a repercussão do caso e afirma que tem sido ainda mais atacada pelos seguidores comandante do Executivo. 

Patrícia Campos Mello declarou: “Quanto valerá uma foto em que uma mulher aparece pelada, de pernas abertas, em cima de uma pilha de notas de dólares, chamada de piranha? E outra em que essa mulher aparece com a frase: ‘Ofereço o cuzinho em troca de informação sobre o governo Bozo’? Peço desculpas pelas palavras grosseiras, mas estou apenas descrevendo alguns dos incontáveis memes que recebo todos os dias, compartilhados por milhares de pessoas. É o meu rosto e o meu nome que estão nesses memes. Muitas pessoas me perguntam quais as dificuldades que uma mulher jornalista enfrenta para cobrir guerras ao redor do mundo. Costumava responder que, na nossa profissão, ser mulher mais ajuda do que atrapalha. No Brasil, longe desses conflitos, ser mulher nos transforma em alvos. As agressões que sofremos têm sempre uma conotação preconceituosa: dizem que as jornalistas são feias, gordas, velhas ou prostitutas; expõem seus filhos, maridos ou pais. Não fui a primeira e não serei a última mulher a sofrer ataques misóginos simplesmente por fazer jornalismo no Brasil. Jornalista não é notícia. Queremos nos ater ao que é importante: apurar reportagens, investigar. As críticas são sempre bem-vindas. Mas que sejam críticas ao nosso trabalho, e não ataques sobre nossa aparência, nossas famílias, nem tentativas de nos expor ao escárnio nas redes sociais.” 

A declaração foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo. 

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