O Governo do Estado do Rio Grande do Norte realizou ontem (16) uma reunião com os poderes do RN, representações das prefeituras e de demais órgãos federais para discutir medidas de contenção contra o COVID-19 (Coronavírus). O Poder Executivo já editou normas para o trabalho dos servidores públicos do Estado e o atendimento ao público potiguar, por meio de dois decretos editados no sábado (14). O Governo e os demais órgãos públicos ressaltaram que o momento exige de todos uma forte união e enorme disciplina para trabalhar com o objetivo de proteger a saúde da população do RN.
Diante do que vem sendo discutido e apresentado pelos órgãos estaduais, surgem críticas à “falta de medidas”. Na manhã desta terça-feira (17), na Rádio CBN Natal, o jornalista e crítico Cassiano Arruda Câmara analisou a situação do Coronavírus como “um momento em que um único assunto passou a mobilizar toda a máquina de mídia do Brasil”. Isto é claro. Em seguida, Cassiano menciona uma matéria publicada hoje (17) no jornal TRIBUNA DO NORTE a respeito do tamanho do problema do RN, e afirma que “ao contrário do que aconteceu de outras vezes, não apareceu ninguém, absolutamente ninguém, para contestar”. Cassiano se refere às UTIs da rede pública que estão superlotadas, segundo matéria do TN.
O jornalista questiona se se está fazendo esforços e exigindo para que o cidadão não saia de casa, é preciso mostrar o outro lado, que “não existe o mínimo de estrutura de tratamento”. Cassiano questiona como o Estado vai resolver o problema das UTIs e que o grande problema no RN é esse. O jornalista disse ainda que é preciso cobrar do secretário de Saúde, Cipriano Maia, da governadora Fátima Bezerra, da Assembleia Legislativa, alternativa para o problema que parece inevitável.
Questionado pela apresentadora da bancada do jornal, Margot Ferreira, Cassiano Arruda Câmara comenta a respeito da petição dos estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para que a instituição suspenda todas as aulas. A Universidade se posicionou autorizando apenas o ensino à distância para alunos e professores em “grupo de risco”. Cassiano Arruda afirmou que “na hora que suspende as aulas são mil e tantas pessoas que vão ficar em casa, e que não são o grande grupo de risco”. Justifica que “as pessoas começam a ficar apavoradas”.
Ora, a questão não é ser “grupo de risco”, mas sim quanto mais pessoas estiverem em casa, se protegendo, é menos chance de contaminação. É preciso se pensar na coletividade. Mesmo que um aluno não tenha nenhum problema, ou depois passe a apresentar sintomas, corre o risco de passar o vírus para pessoas de grupo de risco, o qual se enquadra o próprio jornalista Cassiano. As recomendações não partem da “mídia”, mas sim dos próprios especialistas em saúde pública, em infectologia, inclusive da Organização Mundial da Saúde (OMS). É preciso pensar no outro. Sempre.