Estudo da USP ressalta a importância das interações familiares – do vínculo afetivo à supervisão – no desenvolvimento do autocontrole emocional e na redução da delinquência juvenil. De acordo com a pesquisa, adolescentes que percebem ter apoio emocional de suas famílias, com responsáveis que se demonstram preocupados, acompanham suas atividades e conhecem pessoas de seu círculo social, tendem a desenvolver melhor o autocontrole, reduzindo, assim, a propensão a comportamentos infracionais.
A autora da pesquisa, a psicóloga Ana Beatriz Prado Schiavone, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, explica que o autocontrole é a regulação do comportamento social. Ele está associado ao gerenciamento eficaz das emoções, de pensamentos, impulsos e comportamentos, e que essa habilidade cerebral pode ser aprendida e melhor desenvolvida no convívio com os pais ou cuidadores principais.
“O estudo mostrou que há uma relação entre o autocontrole e comportamentos infracionais, e que adolescentes mais impulsivos e com necessidade de busca por sensações – duas dimensões do autocontrole – apresentam maiores chances de cometer delitos de diversas naturezas”, afirma a pesquisadora.