O Rio Grande do Norte será contemplado em breve com novas linhas de transmissão de energia. As estruturas estão garantidas com o primeiro leilão do setor em 2024, com 15 lotes em 14 estados brasileiros e previsão de atrair R$ 18,2 bilhões em investimentos. O certame vai acontecer em 28 de março, na sede da B3, em São Paulo.
As novas linhas de transmissão serão utilizadas para auxiliar as atuais usinas geradoras de energia e ampliar as margens para conexão de novos empreendimentos. O investimento previsto no leilão para o Rio Grande do Norte está estimado em R$ 1,97 bilhão.
A inclusão do Rio Grande do Norte no novo leilão — organizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) — é uma demanda antiga da governadora Fátima Bezerra. As estruturas vão permitir o escoamento da atual potência instalada do estado, atualmente em 24,6 gigawatts (GW).
A ampliação da atual rede de transmissão é fruto do trabalho da atual gestão do Governo do Estado em fortalecer o setor de energias renováveis. No entanto, a governadora Fátima Bezerra ressalta que os investimentos em usinas dependem da chegada dos ‘linhões’ para serem viabilizados.
Em 2023, os projetos de energias renováveis resultaram em R$ 22,5 bilhões em investimentos no Rio Grande do Norte. Deste total, a energia solar somou R$ 17,1 bilhões e a eólica ficou com R$ 5,4 bilhões.
“O Governo do Estado, sensível a esse processo e sabendo da importância do setor elétrico para a economia, vem trabalhando em conjunto com o Governo Federal para garantir essas obras de infraestrutura necessárias para o escoamento da geração de energia”, aponta a governadora.
No leilão deste ano, o Rio Grande do Norte foi contemplado nos Lotes 3 e 4 junto com os estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Entre os projetos previstos, destaca-se a linha de transmissão de 500kV, entre Ceará-Mirim e João Pessoa (PB), com 198 quilômetros.
Segundo Hugo Fonseca, coordenador de desenvolvimento energético da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), os empreendimentos estão previstos para entrar em operação no ano de 2029. As novas linhas serão integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e têm como objetivo principal expandir e fortalecer a rede básica de energia elétrica do estado. “As quatro grandes obras, nos blocos 3 e 4, garantirão a conexão de novos empreendimentos de geração de energia no sistema elétrico nacional”, ressaltou ele.
O leilão deste ano prevê a construção, operação e manutenção de 6.464 quilômetros de linhas de transmissão e 9.200 MVA em capacidade de transformação em todo o país. “A partir do leilão, esses projetos já podem comercializar seus contratos, abrindo margem no sistema elétrico para a conexão de novos empreendimentos”, complementou.
A iniciativa busca aumentar a capacidade de transformação e transmissão da energia produzida por novos empreendimentos, principalmente provenientes de fontes eólicas e solares, muitos dos quais estão em fase de construção ou ainda aguardam a conclusão. “O planejamento adequado garante que o setor continue em plena expansão no Brasil, dando suporte ao desenvolvimento econômico do país com energia limpa e renovável”, encerra ele.