A mancha de poluição no rio Tietê aumentou 29% em relação a 2023, quando cobria 160 quilômetros. Este ano, o trecho de água imprópria corresponde a 207 dos 576 quilômetros monitorados do rio, cuja extensão total é de 1,1 mil km. Os dados foram divulgados na edição 2024 do relatório “Observando o Tietê”, publicado pela ONG SOS Mata Atlântica.
A qualidade da água do Tietê foi monitorada desde a nascente em Salesópolis até Barra Bonita, no estado de São Paulo, usando 16 indicadores do Índice de Qualidade da Água (IQA). A pesquisa abrange 39 rios da bacia do Tietê, com 61 pontos de coleta. Desses, 11% apresentaram qualidade de água boa; 26%, ruim ou péssima; e 62%, regular. Nenhum apresentou qualidade ótima.
Desde 2021, a mancha de poluição cresceu 143,5%, de 85 para 207 quilômetros de extensão. Atualmente, o trecho de água boa se estende por 119 quilômetros no total, de Salesópolis até Mogi das Cruzes, e entre dois pontos na região do Reservatório em Barra Bonita. Já a condição regular é observada ao longo de três trechos do Médio Tietê, que somam 250 quilômetros.
A menor na qualidade da água de alguns trechos tem relação com o grande volume de matéria orgânica e consequente baixa na concentração de oxigênio. Chamado de eutrofização, esse processo no Tietê ocorre devido ao excesso de nutrientes proveniente de esgoto doméstico e dos químicos usados na agricultura. Mas ele não é o único a afetar a qualidade da água. O relatório ainda aponta a diminuição na vazão dos rios como um dos fatores para o aumento da poluição, uma vez que ela ajuda a limpar o rio de forma natural. Sua diminuição é consequência da alteração do regime de chuvas e do tempo quente e seco.
Fonte: Revista Galileu