A reação do governo tunisiano foi imediata: pouco depois da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitarem no domingo (17/09) o centro de acolhimento na ilha italiana de Lampedusa, as autoridades da Tunísia expulsaram centenas de migrantes de países subsaarianos que estavam no porto de Sfax.
Esse relato foi feito pela organização de direitos humanos Fórum Tunisiano para os Direitos Econômicos e Sociais (FTDES) à agência de notícias AFP. Segundo a entidade, as autoridades tunisianas esvaziaram uma praça na cidade portuária onde se reuniam cerca de 500 migrantes. Os migrantes foram levados para áreas rurais e outras cidades, disse o FTDES.
Sfax é considerado um afunilamento das rotas de migração da África para a Europa. Dali partem vários barcos, a maioria deles com destino a Lampedusa — uma distância que, em linha reta, é de apenas 188 quilômetros. Devido a tal proximidade, muitos migrantes chegam ao território da UE através da Tunísia. No caso de Lampedusa, em especial, a grande maioria vem de lá.
Isso confere ao governo da Tunísia um enorme poder de negociação com a Europa, algo que o país testou e demonstrou diversas vezes nas últimas semanas.
Fonte: DW Brasil