Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e CNPq vão lançar edital de R$ 100 milhões para estimular o ingresso de mulheres na ciência

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vão lançar um edital no valor de R$ 100 milhões para apoiar projetos que estimulem o ingresso e a formação de meninas e mulheres nas Ciências Exatas, Engenharias e na Computação, além de combater a evasão dos cursos de graduação nessas áreas. A ação foi anunciada na última quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, pela ministra Luciana Santos.

“A vontade política do Estado é decisiva para superar a desigualdade de gênero. Esse é o sentido do edital que lançaremos para assegurar o acesso, a permanência e a ascensão das mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas”, disse a ministra. “Hoje, as mulheres são maioria nas bolsas de iniciação científica, com 60% de participação, mas somente 35% das bolsas de produtividade, que são alcançadas no topo da carreira. Com isso, comprometemos a diversidade que é fundamental para garantir a excelência da produção científica do país.”

“Essa chamada aprimora as iniciativas do CNPq de promover o estímulo à inserção de meninas nas ciências, com duas chamadas anteriores lançadas, em 2013 e 2018, contemplando 450 projetos. Uma nova chamada atende a uma importante demanda da comunidade cientifica e dá a continuidade necessária para uma ação que exige um investimento continuado para que possamos ter resultados efetivos. Além disso, mostra o compromisso deste governo com a questão de gênero na ciência, destinando recursos significativos para a ação”, acrescentou o presidente do CNPq, Ricardo Galvão.

A chamada pública Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação terá como público-alvo estudantes do sexo feminino, matriculadas no ensino médio, incluindo da Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de estudantes da graduação.

Os projetos deverão ser executados por meio de redes formadas por, pelo menos, três pesquisadores, preferencialmente mulheres, vinculados a diferentes tipos de instituições. Cada projeto poderá solicitar, no máximo, R$ 1 milhão. Os recursos vão atender projetos de todas as unidades da federação.

A chamada prevê que, pelo menos, 30% das bolsas deverão ser destinadas a meninas negras e/ou indígenas. Os projetos selecionados receberão recursos para custeio, além de bolsas para estudantes do ensino médio, de graduação e para professores participantes por um período de 36 meses.