Ministério da Saúde adota tecnologia para conter a dengue nas periferias

Como parte das ações do Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses, lançado em setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Saúde vai instalar Estações Disseminadoras de Larvicida (EDL) como um método de prevenção e controle do Aedes aegypti em periferias de todo Brasil. O método já foi aplicado pela Fiocruz em diversos estados e, recentemente, o reconhecimento da eficácia na redução de casos de dengue gerou uma publicação na revista Lancet – uma das mais antigas e reconhecidas revistas científicas de saúde do mundo.

Saiba mais sobre essa estratégia para o controle da doença:

Como as estações funcionam

Para reduzir os casos de dengue entre populações em situação de vulnerabilidade, a pasta vai aplicar a tecnologia em dezenas de periferias brasileiras. Para escolher os municípios, são avaliados requisitos como a densidade populacional e o número de notificações por dengue, chikungunya, Zika nos últimos anos.

Essa estratégia é particularmente efetiva para locais populosos ou de difícil acesso. Por isso, foram consideradas como prioritárias as áreas que apresentam criadouros de difícil detecção pelos Agentes de Combate a Endemias (ACEs), bem como locais inacessíveis, mas que apresentam persistência de ovos e larvas, como prédios fechados, ferro velho, borracharia, cemitérios, entre outros.

A armadilha consiste em um pote com água, recoberto com um tecido preto e impregnado com larvicida em pó. Ao pousar na EDL, o pó adere ao corpo do mosquito. Como as fêmeas visitam muitos criadouros para colocar poucos ovos em cada um, elas disseminam o larvicida em um raio que pode variar de 3 a 400 metros. O resultado final é a redução no desenvolvimento de larvas e, consequentemente, menor infestação e avanço da dengue. O larvicida é inofensivo para animais e pessoas.