Ministro Alexandre de Moraes arquiva inquérito dos atos antidemocráticos no STF e abre outro sobre organização criminosa

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, arquivou o inquérito aberto para investigar atos antidemocráticos ocorridos no primeiro semestre do ano passado e abriu uma nova investigação, esta para verificar a existência de uma organização criminosa digital que atenta contra a democracia. O inquérito arquivado investigava a organização e o financiamento de manifestações que, no ano passado, foram às ruas para defender causas antidemocráticas e inconstitucionais, como o fechamento do Congresso e do STF, e a adoção de um novo AI-5, o ato mais repressor da ditadura militar.

O ministro determinou que o novo inquérito vai analisar “a presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhante àqueles identificados no Inquérito 4.781, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.

De acordo com a decisão do ministro, o novo inquérito terá prazo inicial de 90 dias e será conduzido pela equipe da delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, da Polícia Federal, em razão da conexão com o inquérito arquivado.

Na decisão, o ministro afirmou que a articulação para desestabilizar a democracia envolvia o blogueiro Allan dos Santos, do Canal Terça Livre, que teria buscado conexões dentro do governo.

De acordo com o ministro, as investigações da Polícia Federal trouxeram “fortes indícios” de que Allan dos Santos como um dos organizadores de ataques, por meios digitais, à Constituição, aos poderes de Estado e à democracia, “pregando deliberadamente o fim de instituições democráticas como a democracia representativa (eis que busca a queda de prefeitos e governadores eleitos e o fechamento do Congresso Nacional) e a tripartição dos Poderes (eis que afirma a necessidade de fechamento do Supremo Tribunal Federal como forma de garantia de governabilidade pelo Presidente da República)”.

Fonte: G1