Momento do dia em que mosquito da malária pica pode influenciar grau dos sintomas

Um estudo feito por cientistas da Universidade McGill, no Canadá, revelou que o horário em que fêmeas do mosquito Anopheles, vetor da malária, picam seus alvos pode influenciar a gravidade dos sintomas da doença. A descoberta, que aparece em artigos científicos publicados nesta terça-feira (20), pode contribuir para tratamentos mais eficazes dessa e outras doenças parasitárias.

A malária é um dos maiores desafios de saúde pública em países tropicais e subtropicais. Ela é transmitida pela picada de fêmeas do mosquito Anopheles, conhecido como mosquito-prego, quando o inseto está infectado com o parasita do gênero Plasmodium. De acordo com dados preliminares do Ministério da Saúde, em 2023, o Brasil registrou 133.140 casos de malária — um aumento de 83,67% em relação a 2022.

O estudo conduziu experimentos com ratos para examinar como os ritmos circadianos do hospedeiro e do parasita da malária interagem. E também para entender que maneira eles afetam a gravidade dos sintomas e a capacidade do organismo de combater o parasita.

O ritmo circadiano, popularmente conhecido como o relógio biológico do corpo, é o termo que abrange todas as variações do organismo que seguem ciclos de cerca de 24 horas, alinhados com a rotação da Terra. Ele está presente em todos os seres animais, e é controlado por um “relógio central” no cérebro e monitorado por “relógios” de outros órgãos do corpo.

Os pesquisadores descobriram que, quando os ratos eram infectados no meio da noite pelos parasitas que causam malária cerebral — uma das formas mais graves da doença, transmitida pelo Plasmodium falciparum — os sintomas eram menos severos em comparação a aqueles contaminados durante o dia. Além disso, a reprodução e disseminação dos parasitas dentro dos hospedeiros era mais restrita no período noturno.

Fonte: Revista Galileu