Durante a mesa redonda virtual que tratou do compartilhamento de experiências referentes às diferentes realidades enfrentadas por todas as partes envolvidas no processo de adoção em tempos de pandemia, realizada nesta terça-feira (25), na programação da VII Semana Estadual da Adoção, promovida pela Coordenadoria da Infância e Juventude do TJRN (CEIJ/RN), a psicológa Ana Andréa Maux, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Natal, falou sobre as mudanças ocorridas nos processos de habilitação à adoção, que recai sobre os primeiros contatos, entrevistas e cursos preparatórios para as famílias, cujas etapas presenciais passaram a ser por meio de WhatsApp e envio de documentos por e-mail, bem como plataformas para cursos remotos.
Na etapa de preparação, a psicóloga acrescenta que o interesse não é criar barreiras, mas sempre existe a meta de que a prioridade é o melhor interesse da criança. “É uma maturação para a parentalidade. É preciso tempo, suporte”, explica, ao acrescentar que é um tempo de maior conhecimento das famílias, tanto da Vara com os adotantes, quanto destes com as crianças.
Outro aspecto trazido pela pandemia citado pela psicóloga foi o aumento de conteúdos produzidos sobre a adoção. “Os futuros pais têm muito mais acesso atualmente a conteúdos sobre a adoção e essas produções auxiliam nessa proposta de reforçar as orientações”, esclarece.
Etapas
De acordo com a assistente social Michelly Bezerra, também da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Natal, os processos de adoção se dão em fases: aproximação – quando as crianças e adolescentes ainda estão abrigadas; o estágio de convivência e a fase da pós adoção. Etapas essas, contudo, que precisaram ser remodeladas, diante das necessidades de manutenção das medidas sanitárias.
“Mas, nestes tempos, além das próprias emoções ligadas ao processo de adoção, tivemos que lidar com os elementos emocionais trazidos pela pandemia, como a necessidade de proteger, tanto as crianças, quanto as famílias interessadas, bem como ajudar a lidar com o medo que envolve o momento”, aponta Michelly, ao ressaltar que a fase de aproximação foi ampliada, já que houve uma maior dificuldade de comunicação, na fase de fortalecimento de vínculos, diante das mudanças nos formatos dos encontros, o uso de máscaras, dentre outras alterações.
Segundo a assistente social, existiu a necessidade do uso de contato remoto, na meta de fortalecer a aproximação entre as famílias e as crianças/adolescentes que estavam nas etapas de habilitação. “Muitas famílias estão de parabéns porque foram muito criativas. Criavam jogos que favorecessem essa necessidade de maior interação e outras iniciativas”, destaca a integrante da 2ª Vara da Infância e Juventude da capital.
Ainda de acordo com os realizadores do evento virtual, a fase de aproximação deveria ser presencial, de preferência, mas tem ocorrido de forma “híbrida”, com o uso de plataformas remotas de contato. “Mas é fundamental que tenha o aspecto presencial”, destaca a psicóloga, enquanto vídeos de famílias já em fases adiantadas do processo de habilitação relatavam as experiências e o bom suporte que tiveram das unidades.
Fonte: TJRN