Mulheres têm melhores resultados esportivos quando estão menstruadas

Apesar de sentir que teriam uma performance melhor em outras fases do ciclo menstrual, participantes de uma pesquisa publicada no periódico Neuropsychologia demonstraram ter reações mais rápidas e cometer menos erros em práticas esportivas quando estão menstruando.

O estudo divulgado nesta terça-feira (4) foi liderado pelo Instituto de Esporte, Exercício e Saúde (ISEH) da University College Londres (UCL), na Inglaterra. Para a pesquisa, foram aplicados testes de cognição em 241 participantes em intervalos de 14 dias. Eles imitavam processos mentais típicos de esportes em equipe e, a partir dos testes, os pesquisadores coletaram dados como tempo de reação e erros.

Em um deles, as participantes deveriam pressionar a barra de espaço sempre que vissem um rosto sorridente, que era mostrado de forma alternada com um rosto piscando. A taxa de erro foi 25% menor durante a menstruação. Na fase lútea, que ocorre entre a ovulação e o período menstrual, o tempo de reação aos mesmos testes foi em média 10 a 20 milissegundos mais lento do que em qualquer outra fase do ciclo.

“Criamos testes cognitivos sob medida para tentar imitar as exigências feitas ao cérebro nos momentos do jogo em que elas nos diziam que as lesões e os problemas de sincronização ocorrem em determinados momentos do ciclo menstrual”, explicou Paul Burgess, autor sênior do estudo, que entrou em contato com jogadoras de futebol e seus técnicos.

Os resultados foram contrários ao que as participantes esperavam. “Espero que isso sirva de base para conversas positivas entre técnicos e atletas sobre percepções e desempenho: O que sentimos nem sempre reflete o nosso desempenho”, afirmou Flaminia Ronca, primeira autora do estudo, em comunicado.

Segundo a pesquisadora, estudos sugerem que atletas do sexo feminino têm maior probabilidade de sofrer lesões esportivas durante a fase lútea devido a alterações biomecânicas decorrentes da variação hormonal. Ela não acreditava que essa associação pudesse ser explicada só por mudanças físicas.

Fonte: Revista Galileu