Multas pela Lei Seca crescem 225% nas rodovias durante Carnaval

A imprudência e a combinação criminosa entre direção e álcool continuam sendo um dos principais entraves para salvar vidas no trânsito brasileiro. Responsável por 10% dos sinistros (acidentes) de trânsito nas rodovias federais brasileiras no ano passado, o consumo de álcool provocou um aumento dos mortos e feridos durante o feriado do Carnaval deste ano. Segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em seis dias de operação houve uma alta de 225% nas autuações de motoristas dirigindo sob a influência de álcool nas rodovias federais brasileiras.

Esse crescimento teve um reflexo direto na alta de 18% no número de mortes em sinistros de trânsito; de 16% no número de acidentes graves e de 6% no número de feridos, na comparação com 2021. “A imprudência do motorista brasileiro e o desrespeito sistemático às leis de trânsito ficou ainda mais evidente neste Carnaval. A PRF autuou 2.551 motoristas por violação à Lei Seca. Esse comportamento provocou o aumento de mortes, feridos e sinistros de trânsito. Isso mostra a urgência de adotar políticas públicas para coibir o uso de álcool e drogas e a necessidade de investir ainda mais em conscientização e fiscalização”, comenta Alysson Coimbra, diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra).

De acordo com o balanço da PRF, 165.319 pessoas e 132.931 veículos foram fiscalizados em todas as rodovias do país e o número total de autuações cresceu 8%. Ao todo, foram computadas 10.921 autuações por ultrapassagem proibida e 8.296 por falta de uso do cinto de cinto de segurança. “Esses dados mostram como parte dos motoristas insiste em desprezar as regras básicas de segurança no trânsito. Estamos falando de dois comportamentos que tanto aumentam os riscos de sinistros de trânsito, quanto a gravidade deles. É difícil imaginar que em 2022 ainda haja tanto condutor que se recuse a usar um equipamento que, comprovadamente, salva vidas”, diz.