Tatuagens estão longe de ser uma moda dos jovens contemporâneos: ao longo de toda a história há registros de tattoos, em diferentes épocas e regiões do globo, incluindo em múmias – mesmo que elas sejam difíceis de serem identificadas, já que a pele é um dos primeiros tecidos a se perder na decomposição.
É por isso mesmo que corpos mumificados são tão importantes para revelar a história das tatuagens. Muitas múmias sul-americanas, especificamente, foram preservadas em desertos costeiros e por isso conservam seus tecidos moles – incluindo a pele. Por causa disso, pesquisadores conseguiram identificar um padrão de tatuagens único e peculiar no rosto de uma múmia de uma mulher sul-americana que está atualmente armazenada na Itália.
Ninguém sabe exatamente qual a origem da múmia, que, há quase um século, foi doada como parte de um lote de “artefatos sul-americanos” para o Museu Italiano de Antropologia e Etnografia. Pois é: até pouco tempo atrás, o contrabando de restos mortais, artefatos culturais e fósseis ocorria com frequência e sem fiscalização – principalmente vindo de países das Américas, África e Ásia com destino para a Europa.
Seria importante saber exatamente de onde esta múmia foi retirada, já que o contexto pode acrescentar valiosas informações sobre o sepultamento do indivíduo e sobre a sociedade em que vivia. Sem esses dados, os pesquisadores precisaram supor: o palpite é que ela tenha vindo da região de Paracas, na costa Sul do Peru, onde outras múmias foram encontradas sentadas na mesma posição.
Fonte: Revista Superinteressante