Na semana em que completa 94 anos, um Sonho concretizado! O acervo de José Costa Leite, o mais antigo xilógrafo, poeta e cordelista vivo já está no Museu Câmara Cascudo (MCC)! São 645 matrizes de xilogravura em madeira, cópias impressas de cada uma delas, feitas na Paraíba, além de peças inacabadas que permitem conhecer o processo de criação do artista pernambucano. Nada mais justo que esse feito seja comemorado prestando mais uma homenagem ao talentoso artista. Na terça-feira, 27, José Costa Leite celebrou mais um ano de vida.
Fruto da campanha lançada em novembro de 2020, as matrizes de xilogravura foram levadas da casa do artista, na cidade de Condado, em Pernambuco, para João Pessoa, na Paraíba, onde foram impressas pelo xilógrafo Marcelo Soares, que já trabalhou com Costa Leite. Agora, todo o material foi entregue ao Setor de Etnologia do MCC.
O projeto contemplado no Edital de Matchfunding BNDES+ Patrimônio Cultural 2020, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), teve o objetivo de adquirir as matrizes de xilogravura do acervo pessoal de José Costa Leite. O MCC contou com o apoio da Fundação Norte-rio-grandense de Pesquisa e Cultura (FUNPEC) e de todos os benfeitores que contribuíram com o financiamento coletivo.
Para Everardo Ramos, diretor do Museu Câmara Cascudo, o engajamento entre o BNDES e a sociedade foi de extrema importância para a concretização deste momento tão especial para o MCC e para a comunidade. “Preservar parte significativa de sua obra [de José Costa Leite] no MCC é, portanto, de extrema importância, pois no museu – que é público, federal e universitário – as obras serão preservadas, estudadas por especialistas e disponibilizadas para todos os públicos, através de exposições e publicações”, afirma o professor Everardo.
O artista e poeta paraibano tem mais de 70 anos de carreira e produziu mais de 600 matrizes de xilogravura em madeira, que estavam guardadas em sua própria residência. Agora, a arte de Costa Leite será preservada e devidamente conservada dentro do acervo de etnologia do Museu Câmara Cascudo.
Para que isso aconteça, de fato, as peças já estão passando por um processo de avaliação para que possam ser destinadas à reserva técnica e, no futuro, à uma exposição. Jailma Medeiros, chefe do Setor de Etnologia, é a responsável pela equipe que está fazendo o tratamento das peças artísticas. Elas estão sendo pesadas, medidas, higienizadas, tratadas, tombadas e fotografadas.
“A chegada destes bens representa a ampliação de material de pesquisa para nossa universidade, favorecendo os estudos e a troca de saberes em uma área com bastante representatividade para a cultura brasileira, em especial a nordestina”, explicou Jailma. A previsão é que até dezembro o material esteja em uma exposição virtual no site do MCC.