Nasa detecta 17 planetas que podem ter oceanos habitáveis e fontes termais

Cientistas da Nasa detectaram 17 exoplanetas (mundos fora do nosso Sistema Solar) que têm aproximadamente o tamanho da Terra e podem ter oceanos líquidos sob cascas de gelo. Além disso, água desses oceanos pode jorrar ocasionalmente através de fontes termais chamadas gêiseres. Um artigo sobre as detecções foi publicado em 4 de outubro no periódico Astrophysical Journal. De modo inédito, os autores do estudo calcularam a atividade gêiser nesses planetas, identificando dois deles suficientemente próximos onde sinais dessas erupções poderiam ser observados com telescópios: os exoplanetas Proxima Centauri b e LHS 1140 b.

“Nossas análises preveem que esses 17 mundos podem ter superfícies cobertas de gelo, mas recebem calor interno suficiente da decomposição de elementos radioativos e forças de maré de suas estrelas hospedeiras para manter oceanos internos”, conta em comunicado a líder do estudo, Lynnae Quick, do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa em Greenbelt, Maryland, nos Estados Unidos.

Conforme a cientista, os 17 planetas detectados podem ter “erupções criovulcânicas na forma de plumas semelhantes a gêiseres” devido à quantidade de aquecimento interno que experimentam.

Apesar de esses mundos terem o tamanho da Terra, eles são menos densos, sugerindo que podem ter quantidades substanciais de gelo e água em vez de rocha mais densa. Estimativas de estudos anteriores indicam que os exoplanetas são muito mais frios do que nosso planeta, o que reforça a teoria de que suas superfícies estão cobertas de gelo.

Medições a partir de luas
O novo estudo aprimorou as estimativas da temperatura superficial de cada exoplaneta com base no brilho superficial conhecido desses mundos e outras propriedades de duas luas do Sistema Solar: o satélite de Júpiter, Europa, e o de Saturno, Encélado.

Esses dois astros têm oceanos subsuperficiais porque são aquecidos pelas marés da atração gravitacional do planeta hospedeiro e luas vizinhas. Isso é interessante, pois Europa e Encélado não estão na “zona habitável”, isto é, a uma distância de sua estrela onde as temperaturas permitem que a água líquida persista em suas superfícies.

Fonte: Revista GALILEU