Após décadas de experimentações, cientistas finalmente observaram o oxigênio-28 em uma instalação de pesquisa no Japão. A estrutura desse isótopo se comportou de modo que desafia teorias sobre como funcionam os núcleos atômicos. O oxigênio-28 tem o maior número de nêutrons já visto no núcleo de um átomo de oxigênio. Esse estranho isótopo é composto por 20 nêutrons e oito prótons. A descoberta foi publicada na última quarta-feira (30) na revista Nature.
Os cientistas observaram a nova forma de oxigênio na Fábrica de Feixes de Isótopos Radioativos RIKEN, em trabalhos de uma equipe internacional liderada pelo físico nuclear Yosuke Kondo, do Instituto de Tecnologia de Tóquio.
Além do oxigênio-28, os cientistas conseguiram observar o oxigênio-27, que tem 19 nêutrons. Os dois isótopos apresentam oito prótons em seu núcleo, pois o número atômico do elemento oxigênio é oito. Mas, até então, a maior quantidade de nêutrons observados no núcleo do oxigênio era 18, no oxigênio-26. Os “oxigênios” recém-observados superam essa marca.
Produzindo “novos oxigênios”
No acelerador de partículas da instalação, os cientistas dispararam um feixe de isótopos de cálcio-48 contra um berílio, o que produziu flúor-29. Esse último foi então separado para colidir com hidrogênio líquido na tentativa de perder um próton e formar o oxigênio-28.
Fonte: Revista GALILEU