Novas evidências indicam presença de oceano de magma antigo no polo sul da Lua

Uma das hipóteses mais populares sobre o processo de formação da Lua afirma que o astro um dia já foi parte da Terra. Há 4,5 bilhões de anos, uma colisão com outro corpo celeste teria levado uma pequena esfera de rocha se separar do resto do planeta. Com o tempo, esse objeto coberto com um oceano global de magma teria se esfriado e solidificado, dando forma ao nosso satélite natural.

Há anos, cientistas de todo o mundo investigam a composição elementar da superfície lunar para se chegar a conclusões sobre o seu processo de formação. Agora, uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (21) na revista Nature parece dar um passo importante em direção a essa resposta.

O novo estudo considera dados obtidos pelo rover Pragyan, da missão indiana Chandrayaan-3. Seu grande diferencial foi o local das análises. Enquanto Apollo, Russian Luna e Chinese Chang’e 3 focaram em áreas mais centrais do satélite natural, a exploração indiana foi feita no polo sul.

O que a missão Chandrayaan-3 descobriu
Segundo a equipe responsável pela pesquisa, que também liderou o estudo de campo na Lua, os dados das regiões polares são essenciais para reforçar a hipótese de que o oceano de magma se estendia por toda a superfície do astro. Por isso, o módulo Vikram, da Índia, foi programado para pousar a apenas 630 km de lá, em um ponto que ficou conhecido como “Shiv Shakti”.

Na superfície lunar desde 23 de agosto de 2023, o rover tem analisado a composição das rochas a partir do instrumento Alpha Particle X-Ray Spectrometer (APXS). Ao medir as energias das partículas alfa dispersas e a fluorescência de raios X, os pesquisadores puderam identificar a presença de um composto chamado anortosito ferroano no solo.

Fonte: Revista Galileu