A lista de melhores amigos do Instagram não serve só para seguir a vida desinteressante de colegas trancados em suas casas durante a pandemia —ou, pior ainda, compartilhar as farras clandestinas longe do escrutínio público. Quem comprou ingressos para assistir à peça “Web-Strips”, em que seis artistas seguem a proposta de desnudar –literalmente– suas carreiras com um strip-tease, foi adicionado à lista exclusiva do perfil da produtora dentro da plataforma e teve dois dias de acesso às performances.
O espetáculo se soma a outras produções que, um ano depois do começo da quarentena, flertam com a linguagem pornográfica em peças virtuais sobre orgia, camboys e strip-tease —e que deram um jeito de driblar as plataformas para pôr nudez em cena. Nada nesses espetáculos lembra o teatro presencial ou provoca a saudade de compartilhar o momento com uma plateia próxima. O que há de mais próximo do universo da pornografia parece mais adequado a esse consumo entre quatro paredes –e tecnicamente as produções são pensadas já para as plataformas em que vão ser veiculadas.
Fonte: Folha de S.P