Articular e integrar grupos de pesquisa em câncer na USP, pela promoção de colaboração entre áreas complementares, que gerem conhecimento inovador na área da Oncologia. Essa é a premissa do novo Centro de Estudos e Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (Comprehensive Center for Precision Oncology, ou C2PO), criado recentemente pela Reitoria da USP, ao lado de mais três: Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical, Centro de Estudos Amazônia Sustentável e Centro de Agricultura Tropical Sustentável, todos com a proposta de reunir trabalhos acadêmicos e científicos interdisciplinares e transdisciplinares em temas relevantes para a sociedade.
O objetivo da Oncologia de Precisão, que será trabalhada no novo centro, é prover formas mais efetivas e precisas de diagnóstico e tratamento para o paciente com câncer, como destaca o coordenador e professor da Faculdade de Medicina (FM) da USP Roger Chammas. A ideia, segundo ele, é melhorar a forma de diagnóstico e tratamento, usando diferentes tecnologias, por isso a convergência de várias áreas, incluindo “o que as pessoas estão chamando de teranóstica (terapia e diagnóstico juntos como aliados no tratamento do câncer)”. Além disso, o centro prevê o desenvolvimento de programas de educação e comunicação para o combate à desinformação, a desmistificação da doença e a disseminação do conhecimento validado pela ciência. “O câncer é uma doença que evolui nos pacientes, por isso precisamos ter formas mais precisas para diagnosticar a acompanhar a doença”, afirma.
Há ainda outros objetivos, como salienta o coordenador, que é o de formar pesquisadores cada vez mais preparados para essa visão ampla para tratar o paciente com o câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). “Dispomos de muitas terapias novas, como uso de medicação, radiação e moléculas e células que favorecem a imunidade, mas precisamos aplicá-las no âmbito do SUS”, diz. Como explica o professor, serão realizadas análises genômicas, transcriptômicas e metabolômicas para comparar grupos de pacientes que respondem à terapia e grupos de pacientes que não respondem à terapia, e a partir daí tentar entender a natureza da diversidade do câncer.