Novo exame classifica nódulos de tireoide e evita cirurgias desnecessárias

Os resultados de um novo estudo clínico confirmaram a alta precisão de um exame diagnóstico inovador para identificar e classificar nódulos de tireoide. Com sensibilidade superior aos métodos convencionais, o exame, desenvolvido pela empresa paulista Onkos Diagnósticos Moleculares, se mostrou capaz de evitar grande número de cirurgias desnecessárias. Os novos dados reforçam que, se aplicada em grande escala, a inovação poderia gerar enorme economia para os planos de saúde e para o sistema público de saúde.

O exame molecular mir-THYpe, que foi desenvolvido com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, e está no mercado desde 2018, utiliza biomarcadores para confirmar ou descartar a presença de câncer em nódulos da tireoide que apresentam resultados indeterminados.

De acordo com Marcos Tadeu dos Santos, fundador da empresa, quando um nódulo é identificado na tireoide, a técnica utilizada hoje para avaliar se há câncer ou não é uma punção aspirativa, com a retirada de material da região do pescoço do paciente para uma análise visual.

“A grande maioria dos nódulos é benigna, mas até 30% deles são classificados como ‘indeterminados’ e, nesses casos, por segurança, o procedimento padrão é a cirurgia para extração da tireoide. No entanto, apenas 25% dos casos são malignos e isso significa que 75% das cirurgias em casos de nódulos indeterminados são potencialmente desnecessárias”, explica.

Segundo Santos, após a remoção da glândula tireoide, o paciente precisa ser submetido a procedimentos de reposição hormonal pelo resto da vida. Assim, as cirurgias desnecessárias não apenas produzem um impacto econômico direto, ao onerar os sistemas público e privado de saúde, mas também geram custos indiretos e prejuízos de longo prazo para a saúde do paciente.