O total de jornalistas detidos no exercício da profissão atingiu este ano um novo recorde, chegando a 293 em todo o mundo, denunciou nesta quinta-feira (09/12) o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ). Esse é o número mais elevado desde que o organismo, sediado em Nova York, começou a recolher dados estatísticos, no início da década de 1990. No ano passado eram 280, número que também havia sido recorde.
Do total, 50 estão presos na China, com a particularidade de, pela primeira vez, haver vários pessoas também em Hong Kong. Um deles é o magnata da imprensa Jimmy Lai, fundador do Apple Daily, detido no âmbito da lei da segurança nacional imposta por Pequim ao território no ano passado.
As causas para o elevado número de detidos, que nos últimos seis anos sempre ficou acima de 250, são uma crescente intolerância à informação independente e uma maior tendência entre líderes autocráticos de “ignorarem o processo legal” e “desprezarem as normas internacionais para se manterem no poder”, afirmou a organização.
Além disso, devido à preocupação global com a pandemia de covid-19 e as alterações climáticas, “os governos repressivos estão claramente conscientes de que a indignação pública por violações dos direitos humanos é amortecida e que os governos democráticos têm menos apetite para represálias políticas ou econômicas”.