Um vaso da dinastia Ming roubado de um museu na Suíça. Um tiroteio na casa de um comediante em Woodford, no leste de Londres. O assalto a um apartamento de luxo em Kent, no sudeste da Inglaterra. Estes eventos aparentemente isolados faziam parte de uma rede de crime organizado internacional que a polícia desvendou após uma investigação de seis anos.
Uma evidência foi fundamental: um iPad, encontrado enterrado sob 2,5 centímetros de areia na margem do rio Tâmisa. A descoberta foi fundamental para a investigação que levou à condenação de três pessoas no Tribunal Central Criminal, conhecido como Old Bailey, em Londres, pelo quase assassinato de um dos assaltantes à mão armada mais conhecidos do Reino Unido.
Quando foi encontrado por um policial com um detector de metais em uma manhã fria de novembro do ano passado, o iPad estava coberto de lama, pois havia ficado submerso por mais de cinco anos. A perícia conseguiu limpar o dispositivo e abrir o compartimento do chip, que ainda continha um cartão SIM da operadora Vodafone.
Os dados das chamadas telefônicas que foram recuperados posteriormente forneceram evidências contundentes sobre três homens — Louis Ahearne, Stewart Ahearne e Daniel Kelly —, que também estavam envolvidos no assalto a um museu na Suíça um mês antes. “Eu questionei muito isso”, pondera Matthew Webb, detetive que liderou a investigação. “Será que foram erros ou eles estavam tão certos de que não seriam pegos?”
Fonte: BBC Brasil