O autor Michael Moran citou o termo em um artigo da revista Foreign Policy em que define Portugal como “um modelo de crescimento para as pequenas economias europeias, que tiveram dificuldade em equilibrar suas tradições culturais e valores políticos com as demandas de economias maiores”.
“Os portugueses, com muito menos poder de compra nos mercados globais e ainda uma sardinha entre os salmões no ambiente monetário claustrofóbico da zona do euro, estão mostrando aos pequenos países europeus que, com um mix hábil de medidas políticas e fiscais e um pouco de sorte, você consegue levar uma vida boa e ainda fazer a economia crescer”, disse.
Após a crise financeira de 2008, o país passou por um período de forte austeridade como condição para receber um pacote de resgate no valor de 78 bilhões de euros da UE e FMI.
Após reformas realizadas por um governo de centro-direita, Portugal se libertou dos credores em 2014, mas não havia motivo para muitas comemorações: a taxa de desemprego rondava os 12% e 20% da população viviam abaixo da linha da pobreza.
Após as eleições de 2015, foi formado um novo governo de centro-esquerda liderado pelo socialista António Costa, atualmente no cargo — com seu aclamado ministro da Fazenda, Mário Centeno, Costa começou a reverter as medidas de austeridade, mas sem descuidar da responsabilidade fiscal.
“O modelo de Costa baseava-se no incentivo ao consumo mais gastos públicos estruturais, ou seja, investimentos públicos em educação e infraestrutura”, explica Lisa.
A política econômica, aliada a um boom do turismo e um foco em exportações, ajuda a explicar o “milagre” português.
Fonte: BBC Brasil