A criação de vídeos adulterados e realistas ficou muito mais simples com o chamado deepfake. Com ele, é possível colocar pessoas em situações constrangedoras ou, no mínimo, inusitadas. Mas o que esse termo significa? Deepfake é uma técnica usada para criar fotos ou vídeos em que o rosto de uma pessoa foi alterado com a ajuda de inteligência artificial. Para criar o material editado, é preciso apenas usar um dos vários aplicativos criados com essa finalidade.
Um dos usos mais preocupantes dessas ferramentas é a criação de vídeos pornográficos com o rosto de outras pessoas. Em 2020, um relatório da empresa Sensity indicou que nudes falsos de mais de 100 mil mulheres estavam sendo compartilhados na internet.
As imagens adulteradas também são usadas na política e se valem até mesmo de materiais reais. Em 2019, a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi vítima de um deepfake que se baseou um vídeo autêntico para sugerir que a representante democrata tinha dificuldades na fala em um discurso. O autor desse deepfake desacelerou o vídeo original e editou a fala para dar a entender que ela estava tropeçando em suas palavras. O conteúdo com desinformação teve ampla circulação nas redes sociais e chegou a ser removido do YouTube.
Inicialmente, o Facebook se limitou a reduzir a distribuição do vídeo e a alertar usuários que o material poderia ser enganosos. No início de 2020, a plataforma anunciou que passaria a remover deepfakes, exceto em casos de sátiras. Antes do vídeo falso de Pelosi, a imagem do cofundador do Facebook, Mark Zuckerberg, também foi usada em um deepfake. O vídeo adulterado mostra o que seria o executivo falando sobre dominar o mundo, mas foi mantido no ar pelo Instagram.
Fonte: G1