Adaptada à variante XBB.1.5 da Ômicron — também chanada de “kraken” —, uma nova vacina de dose única da Pfizer contra a Covid-19 foi aprovada na última segunda-feira (11) pela Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos. Segundo a Pfizer Brasil, a empresa submeteu o pedido de aprovação da vacina em 19 de julho à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O EMA, órgão regulatório da Europa, já aprovou o imunizante atualizado.
Peter Marks, o diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, ressalta em comunicado que a vacinação continua a ser fundamental para a saúde pública e para a proteção contínua contra consequências graves como hospitalização e morte. “O público pode ter certeza de que essas vacinas atualizadas atendem aos rigorosos padrões científicos da agência em termos de segurança, eficácia e qualidade de fabricação”, reiterou Marks.
Quem pode tomar a vacina?
A aprovação da FDA é para aplicação do imunizante “Cominarty” em pessoas com idade a partir de 12 anos e para uso emergencial em crianças de 6 meses a 11 anos. Com isso, as vacinas anteriores, as bivalentes da Moderna e da Pfizer-BioNTech, não estão mais autorizadas para uso nos Estados Unidos. No Brasil, a aplicação só irá ocorrer após aprovação da Anvisa.
O imunizante protege contra quais cepas?
Dados pré-clínicos da vacina mostram melhores respostas de anticorpos neutralizantes contra múltiplas sublinhagens circulantes relacionadas à cepa Ômicron, incluindo XBB.1.5 (conhecida por ser mais transmissível), BA.2.86 (Pirola) e EG.5.1 (Eris).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), kraken é uma linhagem descendente de XBB e recombinante de duas linhagens descendentes de BA.2. Essa teve seu primeiro registro no mundo em 5 de janeiro de 2022, mas só foi considerada variante de interesse pouco mais de um ano depois, em 11 de janeiro de 2023.
Em artigo publicado pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), o médico infectologista e doutor em epidemiologia Sérgio de Andrade Nishioka conta que a cepa tem grande capacidade de evasão aos anticorpos neutralizantes produzidos em resposta a outras subvariantes e às vacinas. “Porém, como se vem observando com todas as subvariantes Ômicron até agora, a proteção conferida pelas vacinas, mesmo as monovalentes, parece se manter contra as formas graves e fatais da Covid”, ele avalia.
Há mais efeitos adversos?
As vacinas atualizadas são fabricadas usando um processo semelhante às formulações anteriores, segundo a FDA. As pessoas que recebem uma vacina de mRNA atualizada contra a Covid-19, portanto, podem apresentar efeitos colaterais semelhantes aos relatados por indivíduos que receberam vacinas de mRNA contra a doença.
Salvo o surgimento de uma variante mais virulenta, a agência dos EUA prevê que a composição das vacinas poderá ter de ser atualizada anualmente, tal como é feito na imunização contra a gripe sazonal.
Fonte: Revista GALILEU