OPINIÃO: O governo da cortina de fumaça

Após 18 meses da intimação, o senador Flávio Bolsonaro finalmente prestou depoimento na última terça-feira, 07, ao Ministério Público (MP) do Rio na investigação sobre “rachadinha”, devolução de salários no antigo gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A oitiva foi feita por videoconferência pelos promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), que investiga o caso desde março do ano passado. Flávio é investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa junto com o ex-assessor Fabrício Queiroz.

OPINIÃO DO BLOG ANTENADO

Essa tinha tudo para ser a notícia do dia, mas não foi. Tudo porque o presidente Jair Bolsonaro comunicou que testou positivo para a Covid-19. Fez questão de mostrar até exame dessa vez com seu nome. É a chamada cortina de fumaça. Uma estratégia para confundir e até cegar os inimigos numa guerra. Você tira a atenção ou a visão deles do que realmente importa. Assim eles não enxergam o que deveriam ver porque estão no meio do fumaceiro. Sinceramente, duvido que o presidente esteja com a Covid-19. Basta observar suas aparições e entrevistas. Além de desviar do assunto delicado do filho, Bolsonaro ainda construiu uma narrativa interessante para tentar se esquivar das denúncias de responsabilidade pelas mortes em razão da sua condução da crise sanitária causada pela pandemia. 

É muito cômodo e adequado para ele dizer agora: “tomei cloroquina e estou bem”. Como se dissesse ‘a cloroquina me salvou e poderia ter salvado muitas vidas’. Quem garante que ele tomou? A única coisa que sabemos, através de comprovação científica, é que esse medicamento não tem eficácia no tratamento do Coronavírus e pode trazer graves efeitos colaterais. É um irresponsável. Pessoas podem vir a tomar esse medicamento porque o presidente do país tomou e passa bem. É Bolsonaro sendo Bolsonaro e colocando todos em risco para encobrir os crimes de seus filhos.