Os discursos de Rodrigo Pacheco e Rogério Marinho minutos antes da eleição no Senado

Os senadores Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Rogério Marinho (PL-RN), candidatos à Presidência da Casa, discursaram pela última vez nesta quarta-feira 1º antes da eleição, agendada para esta tarde. Eduardo Girão (Podemos-CE) retirou sua candidatura pouco antes da votação.

Vencerá a disputa já no primeiro turno o candidato que obtiver maioria absoluta dos votos (41). Se isso não ocorrer, os dois disputarão a segunda rodada, o que seria inédito. A votação é secreta. Em seu pronunciamento final, Pacheco listou avanços de sua gestão e destacou o papel da Casa nos últimos dois anos.

“Muitas das iniciativas para assistir a população brasileira e diversos projetos de assistência social nasceram e foram concebidos no Senado. Um Senado cooperativo com o governo federal. Ouso desafiar algum integrante do governo anterior de dizer um só motivo que pudesse caracterizar a presidência do Senado como hostil ao governo federal”, afirmou, dirigindo-se aos bolsonaristas, que endossam a candidatura de Marinho.

Segundo Pacheco, “inúmeras matérias de interesse do governo foram aqui apreciadas, inclusive em 2022, às vésperas do processo eleitoral”. Citou, por exemplo, o aumento no Auxílio Brasil e o corte de impostos aplicados sobre combustíveis.

“Quem se senta naquela cadeira não pode se render à demagogia e ao populismo, não pode se escravizar pela informação de redes sociais, pela manipulação por vezes da mídia em relação a determinados temas. É preciso ter coragem para ser presidente do Senado e enfrentar os desafios que isso representa.”

Afirmou, ainda, que “não fomos negacionistas, não menosprezamos a vacina, aprovamos todas as medidas provisórias inerentes ao combate à pandemia vindas do governo federal”. Outra marca de sua gestão, disse Pacheco, é “o respeito aos senadores”.

Por fim, declarou que eventuais críticas ao Supremo Tribunal Federal, uma das principais bandeiras do adversário, podem ser discutidas no Senado. “Legislemos”, instou o candidato à reeleição.

Rogério Marinho, por sua vez, afirmou ser “o candidato da instituição” e prometeu “correr os riscos e enfrentar as incompreensões naturais na tarefa árdua e nobre de lutar pelo restabelecimento da normalidade democrática do País”.

“Queremos lutar para trazer de volta a tranquilidade ao povo brasileiro”, prosseguiu. “Vou praticar o gesto gratuito do oferecimento e da solidariedade, para trabalharmos juntos.”

Avaliou que o Senado “perdeu a conexão com o povo brasileiro” e que “não podemos aceitar o radicalismo e a barbárie perpetrada contra a democracia através de atos de violência, por quaisquer dos espectros ideológicos do campo político”.

“A democracia é a nossa bandeira e une todos os que a professam, independente de suas convicções políticas e cores partidárias”, alegou o bolsonarista. A “pacificação”, segundo ele, será um dos principais desafios da Casa Alta nos próximos anos.

Marinho disse que defenderá de forma intransigente a liberdade de expressão. Em crítica ao STF, acrescentou que “eventuais abusos” podem ser corrigidos pelo Congresso, “não pelo arbítrio de uns poucos, que infelizmente têm cometido excessos em nome da própria democracia”.

“A democracia exige uma relação independente, harmônica e altiva. A omissão diminui o Parlamento e ameaça a democracia – e, consequentemente, o Estado de Direito.”

Fonte: Carta Capital