O Conselho Federal de Medicina divulgou, em 6 de outubro, pesquisa que atesta a preocupação da população quanto à formação dos médicos. Dados do levantamento encomendado ao Instituto Datafolha concluem que 86% dos entrevistados compreendem a necessidade de aplicar avaliações regulares no decorrer dos cursos de Medicina, concentrando-se nos segundos, quartos e sextos anos.
Para Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Pediatria, o resultado aponta para a descrença no modelo atual de ensino, sobretudo em virtude da abertura de novas vagas em larga escala.
Mais da metade, 52%, acredita que o governo não avalia a qualidade das
Escolas Médicas – assim como para 57% não é averiguada a própria
formação desses estudantes.
A fim de mudar tal cenário, 76% aprova a realização de testes para comprovar conhecimentos e habilidades. Se apresentadas notas baixas, nos segundos e quartos anos, a proposta seria fazer novamente as disciplinas em que tiverem rendimento insuficiente. Já os alunos do sexto ano não deveriam receber o diploma e, logo, ser impedidos de exercer a profissão, de acordo com 91% dos ouvidos.
“De fato, só é útil se promover alguma ação efetiva, como barrar o título do aluno e não permitir a abertura de novas vagas nos cursos que formam mal. Sem isso, a avaliação ficará sem finalidade e não trará benefícios à população em geral”, pontua Marun. “O interesse da população é ter médicos competentes para atendê-la”.