O físico e neurocientista Dráulio Araújo, chefe do Laboratório Neuroimagem Funcional do Instituto do Cérebro da UFRN (ICe/UFRN), foi referência em reportagem especial do jornalista Ernesto Paglia para o Fantástico, programa da Rede Globo de televisão, no último domingo, 3. Sua pesquisa sobre ayahuasca foi citada como uma das ações da ciência na retomada do estudo com psicodélicos, dentro do movimento chamado de “renascença psicodélica” iniciado a partir dos anos 2000. Segundo Paglia, aqui no Brasil, nossos pesquisadores estavam no primeiro pelotão desse resgate científico, graças à ayahuasca, chá presente em rituais religiosos utilizado há milênios por povos originários. Dráulio usa ressonância magnética para estudar os efeitos do DMT (Dimetiltriptamina), cujo objetivo é entender como os psicodélicos podem se somar ao processo psicoterapêutico.
Numa primeira fase da pesquisa, seis pacientes com casos graves de depressão, e que já tomavam o chá nos rituais, mostraram redução nos sintomas quando usaram a dosagem habitual, mas com acompanhamento médico. “O cérebro trabalha sob um conjunto de limitações muito grande, de tal maneira que, sob o efeito dessas substâncias, essas amarras parecem se soltar um pouco de pensamentos culminativos, que são pensamentos que não saem, que são negativos e circulares”, explicou Dráulio na entrevista. A pesquisa de Dráulio tem revolucionado essa área das neurociências e se tornado referência em todo o mundo. Ele e sua equipe conduziram o primeiro, e ainda único, ensaio clínico randomizado controlado por placebo com ayahuasca em pacientes com depressão que não respondiam aos tratamentos comercialmente disponíveis. Veja mais AQUI.