Pesquisa propõe indicadores para sistemas de logística reversa de eletroeletrônicos no Brasil

Em 2022, o Brasil produziu 2,4 milhões de toneladas de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE). Os números são do Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (Unitar) e incluem itens como pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, computadores, refrigeradores, secadores de cabelo e celulares. Uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação Profissional em Ambiente, Saúde e Sustentabilidade (ProASaS) da  Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP propõe indicadores de monitoramento para que órgãos ambientais brasileiros possam avaliar ações e programas de logística reversa, legislações que exigem que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de equipamentos elétricos e eletrônicos (EEE) implantem sistemas para a coleta e destinação adequada dos resíduos gerados por seus produtos.

De acordo com o estudo, a maioria dos equipamentos descartados no País é coletada junto com os resíduos sólidos e enviada para aterros sanitários ou lixões. As substâncias tóxicas e metais pesados podem contaminar o solo, a água e os alimentos, prejudicando o meio ambiente e a saúde humana. Além disso, a recuperação de minerais como ouro, cobre, prata, zinco e estanho desses resíduos apresenta um potencial econômico. “Esses fatores indicam a necessidade de soluções integradas para promover a gestão eficiente dos resíduos como sistemas de logística reversa”, relata Raissa Silva de Carvalho Pereira em sua pesquisa.

A engenheira ambiental explica que, para que a logística reversa de resíduos eletroeletrônicos seja efetiva, é necessário não somente o investimento por parte dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, mas a governança e gestão pelo poder público, além do engajamento dos consumidores. “Daí a importância de promover, por meio do uso de indicadores, a transparência das informações sobre o desempenho dos sistemas de logística reversa e o controle social”, diz.

Os resultados desse trabalho fizeram parte da dissertação Logística Reversa de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos: Proposta de Indicadores de Monitoramento para Órgãos Ambientais, defendida na FSP por Raissa Silva de Carvalho Pereira, sob a orientação da professora Wanda Maria Risso Günther e coorientação de Flávio de Miranda Ribeiro.

Fonte: https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisa-propoe-indicadores-para-sistemas-de-logistica-reversa-de-eletroeletronicos-no-brasil/