A bacia hidrográfica do rio Pitimbu, que abastece cerca de 30% do município de Natal, está sendo visitada por pesquisadores da UFRN que integram o National Institute of Science and Technology (INCT) Klimapolis, Instituto que trabalha para minimizar os efeitos das mudanças climáticas em áreas urbanas brasileiras, com foco em São Paulo e Natal. Os pesquisadores percorreram desde a nascente do rio Pitimbu até a sua foz no dia 13 de dezembro e retornaram a campo na última quarta-feira, 20 de dezembro.
“Os contextos das cidades são diferentes, mas o problema de abastecimento e qualidade da água ocorre em todo o país e está cada vez mais crítico. Precisamos mensurar o descompasso entre oferta e demanda da água para mitigar os impactos e contribuir com a sustentabilidade desse sistema hídrico,” ressalta o professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (Decam) Venerando Amaro, que é coordenador da sub rede água e solo do INCT Klimapolis.
O Instituto é um dos projetos prioritários do Conselho Nacional pelo Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e está sob a coordenação da Universidade de São Paulo (USP) e da UFRN. Nesse trabalho de campo, a meta é fazer o reconhecimento e identificar os principais impactos das alterações climáticas na qualidade e na quantidade da água distribuída para a população natalense.
“Vamos traçar um diagnóstico e entender o que a intensa urbanização provocou nos recursos hídricos da bacia do rio Pitimbu para poder dar suporte a uma melhor gestão do território, já que a pressão das mudanças climáticas também estão gerando grande impacto,” esclarece o professor do Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas (DCAC) da UFRN Jonathan Mota, responsável pelos estudos de hidrologia do Instituto.
Os pesquisadores visitaram pontos do rio Pitimbu nos assentamentos Quilombo dos Palmares e Eldorado dos Carajás, em Macaíba, onde foi realizado, no ano de 2020, um projeto de reflorestamento das Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao redor dessas nascentes. “Visitamos o trecho do rio na altura da BR-304 e finalizamos a viagem na Estação de Tratamento da Água (Eta) da Lagoa do Jiqui, identificando os pontos de jusante e montante para fazermos um estudo mais aprofundado da real situação, definindo a região de monitoramento que será nosso objeto de estudo”, esclareceu o professor do Departamento de Microbiologia e Parasitologia (DMP) José Luiz Attayde, um dos pesquisadores responsáveis pela atividade de campo.