Levantamento exclusivo realizado pelo TecMundo mostra que os preços dos planos básicos dos principais serviços de streaming do país subiram mais de 100% desde 2011. O maior aumento nos planos mais simples foi feito pela Globoplay, uma das plataformas que está há mais tempo funcionando no país. O serviço estreou em 2015 custando R$ 12,90 por mês e atualmente custa R$ 27,90/mês, aumento de 116%.
Do outro lado, quem menos aumentou o valor cobrado pela assinatura foi o Disney+. Contudo, neste caso cabem algumas contextualizações. O streaming chegou ao Brasil bem depois do que outros concorrentes e, por causa disso, houve menos tempo para subir o valor.
O serviço de streaming da dona do Mickey aumentou 21%, entre os R$ 27,90/mês, de 2020, quando houve o lançamento, até os atuais R$ 33,90/mês.
Confira, a seguir, o gráfico completo do histórico de preço dos planos mais simples das principais plataformas de streaming que existem no Brasil desde 2011 – ano em que a Netflix chegou ao país.
Caso a caso: cada streaming tem suas razões para aumento do preço
O mercado de streaming foi ganhando cada vez mais players e se tornou um modelo de negócio quase que obrigatório para empresas que produzem conteúdo audiovisual. E como em qualquer outro setor da economia, a análise do histórico de preços é bastante complexa.
São diversos os fatores que contribuem para a formação de preços, indo desde os custos de manutenção com servidores até questões macroeconômicas de um país. Além disso, vários streamings contam com parcerias e promoções que entregam aos consumidores a possibilidade de assinar os serviços a um valor mais baixo do que o “oficial”.
Por causa disso, o TecMundo preparou uma breve contextualização para contar um pouco mais sobre os aumentos de cada plataforma e como é possível levar em consideração outros fatores como o lançamento de planos mais baratos que exibem propagandas entre filmes e séries. Acompanhe:
Netflix
A Netflix chegou ao Brasil em 2011 custando R$ 15/mês. Trezes anos depois, o plano mais básico da empresa custa R$ 18,90/mês, um aumento de apenas 26%. Vale alguns disclaimers, porém.
A conta fica diferente para a Netflix se levarmos em consideração que em 2011 o plano oferecido pela empresa não tinha anúncios. Mesmo o co-criador da companhia, Reed Hastings, dizendo que o site não exibiria anúncios, foi exatamente isso que a marca fez a partir de 2023 no Brasil.
No finalzinho de 2022, a Netflix transformou o então plano “básico” no atual plano “padrão com anúncios”, que custa R$ 18,90/mês.
Portanto, se formos comparar o primeiro plano de R$ 15/mês, que não tinha anúncios, com o plano atual mais barato sem anúncios, o aumento foi de 166%. Se o usuário não quiser ser interrompido pelas propagandas, ele precisa pagar pelo menos R$ 39,90/mês hoje em dia.
A “locadora vermelha” ainda gerou bastante controvérsia por outro motivo. Também no ano passado, a marca começou a cobrar uma taxa de R$ 12,90 a cada perfil extra que usa a conta de uma pessoa que mora em outra residência.
Max
O levantamento do TecMundo levou em consideração o caso da Warner pegando a estreia da então HBO Max, em 2021. Mas antes dela, o Brasil já tinha acesso ao HBO Go, serviço que não deixou saudades.
Lançado para assinatura sem a necessidade de TV a cabo somente em alguns estados a partir de 2016, o HBO Go custava R$ 34,90/mês. No ano seguinte, em 2017, o serviço da Warner não exigia mais TV a cabo no país inteiro e poderia ser assinado pela Google Play Store ou App Store.
Os problemas de conexão e instabilidade estão dentre as principais coisas que vêm à cabeça do público quando se fala de HBO Go. Disponibilizado em um período em que Game of Thrones chegava em suas temporadas derradeiras, o serviço era muito criticado porque prometeu o lançamento simultâneo dos episódios com a exibição nos canais HBO. O que muita gente recebeu, porém, foram quedas no site e indisponibilidade dos episódios inéditos.
Aumentando a saga de suas mudanças, o HBO Go passou a se chamar HBO Max, em 2021. Neste ano, a plataforma mudou novamente e agora se chama somente Max. E como não poderia deixar de ser, ele também estreou com polêmicas.
Além de aumentos nos valores das assinaturas e um novo plano básico que exibia anúncios, a mudança dos clientes antigos para o novo serviço causou bastante reclamação e chegou a virar caso do Procon.
Prime Video
Muita gente não se lembra, mas o Prime Video foi lançado no Brasil em dezembro de 2016. Na época, o preço da assinatura mensal era de US$ 2,99/mês, o que naquela época significava aproximadamente R$ 10/mês. Depois de seis meses, o valor subia para US$$ 5,99/mês (R$ 20).
Somente no ano seguinte, em 2017, que a gigante Amazon localizou os preços e a assinatura do streaming começou a custar R$ 7,90/mês, nos primeiros seis meses, e depois R$ 14,90.
Em setembro de 2019, o Prime Video se diferenciou de todos os concorrentes e foi integrado ao catálogo de benefícios do Amazon Prime, que chegou ao Brasil custando R$ 9,90/mês. A partir daquele ano, já não era mais possível assinar o serviço de streaming sozinho.
O Amazon Prime, que recentemente registrou seu segundo aumento no Brasil, oferece frete grátis em vários produtos da Amazon, ebooks grátis para o Kindle, jogos na Twitch e mais, além das séries, filmes e eventos ao vivo no Prime Video.
Por estar junto de outros benefícios, o Prime Video acaba tendo um valor agregado muito diferente dos outros serviços que entregam apenas as plataformas de streaming.
Disney+ e Star+
A Disney impactou o mercado brasileiro de streaming, em novembro de 2020, ao lançar o serviço Disney+. O grande diferencial da plataforma era a disponibilidade de produções de grandes universos como os heróis da Marvel, Star Wars e animações da Pixar, além de programas da National Geographic.
No lançamento, o Disney+ custava R$ 27,90/mês, valor que no ano passado subiu para os atuais R$ 33,90/mês.
Antes disso, lá em 2021, a gigante do entretenimento colocou à disposição dos brasileiros o Star+ (que passou por um briga judicial para usar o nome), cujo primeiro valor foi R$ 32,90/mês. Com uma pegada mais “adulta”, o canal exibe a programação esportiva da ESPN e tem séries como Simpsons, The Bear, American Horror Story e The Walking Dead. Atualmente, o Star+ custa R$ 40,90/mês.
Como outros serviços, os preços oficiais de assinatura do Disney+ e Star+ podem não ser tão importantes assim. Já há algum tempo, as duas plataformas podem ser assinadas com um bom desconto no serviço Meli+ (antigo Nivel 6 do Mercado Pontos), do Mercado Livre.
Quem quiser assinar os dois serviços de streaming por um valor mais baixo pode pagar “apenas” R$ 17,99/mês pelo Meli+, já que a assinatura garante os streamings sem nenhum custo adicional.
Outra questão importante é que a partir de 30 de junho de 2024, o Disney+ absorverá o conteúdo do Star+. Ainda não se sabe se a fusão fará com o Disney+ aumente o valor da assinatura.
Globoplay
A Globo, maior empresa de telecomunicações do país, lançou seu serviço de streaming em 26 de outubro de 2015: o Globoplay. Exibindo pela internet parte da programação da emissora, incluindo programas jornalísticos, esportes e entretenimento, um dos principais diferenciais da plataforma foi disponibilizar o acervo de novelas, séries e minisséries da empresa.
Na época, o único competidor “grande” do serviço era a Netflix, que custava R$ 19,90/mês. Para competir, o Globoplay chegou a um preço agressivo de R$ 12,90/mês.
Com quase uma década de vida, que será completada em 2025, o preço do serviço nacional já subiu cerca de 116%.
Contudo, assim como quase todos os outros streamings, a plataforma é oferecida a valores promocionais e em pacotes. Recentemente, a Claro anunciou que seus planos de TV Box e TV a cabo dariam acesso ao Globoplay (e Netflix) sem nenhum custo adicional, por exemplo.
Fonte: TecMundo