O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou ontem (24) que um aumento adicional na taxa básica de juros em junho não é um cenário próvável, indicando que o forte ciclo de aperto monetário iniciado há um ano na tentativa de debelar a inflação deve ser encerrado em maio. Diante das novas pressões inflacionárias causadas pela guerra na Ucrânia, Campos Neto disse que uma mudança na meta de inflação para acomodar choques sobre a economia teria “pouco a ganhar” em termos de credibilidade.
Segundo Campos Neto, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) da semana passada, o colegiado avaliou a elevação do cenário de incerteza, o ritmo adequado para a alta dos juros e a taxa terminal do ciclo de aperto. “Entendemos que, usando esse mix de fatores, o mais apropriado era fazermos uma elevação de 1 ponto (na Selic em março) e indicar mais 1 ponto (em maio), dizendo que, se o cenário internacional se agravasse ou que se houvesse algum outro choque que afetasse as expectativas na mesma direção, nós poderíamos repensar o cenário, fazendo um movimento adicional em junho, não é o cenário mais provável”, disse.