Primeiro simulador de exoplanetas da UFRN completa 10 anos

Em 2024 completam 10 anos da elaboração do Exoplanet Exploration Analyzer (EEA), um simulador que utiliza técnicas avançadas para demonstrar e detectar exoplanetas pelo método de trânsito. José Dias, professor do Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE) da UFRN, é astrônomo e o principal cientista por trás do projeto que une a busca por exoplanetas e a pesquisa em astronomia.

Exoplanetas são planetas que orbitam estrelas fora do nosso sistema solar, podendo variar de tamanho, composição e distância de suas estrelas-mãe. “Estudá-los nos ajuda a entender melhor os sistemas planetários e o potencial de vida além da Terra”, comenta o professor José Dias. De acordo com docente da UFRN, mais de 5.000 exoplanetas foram descobertos com base em dados atuais. “Nosso grupo de pesquisa, o Ge3, participou de algumas destas descobertas, inclusive do planeta Oceano, que foi noticiado no mundo todo”, afirma. O Grupo de Estrutura e Evolução Estelar (Ge3) é coordenado por José Dias e faz parte da Base de Pesquisa em Astrofísica e Cosmologia da UFRN.

O EEA pode determinar o período do planeta (que é o tempo que leva para o exoplaneta completar uma órbita em torno de sua estrela) ao medir pequenas mudanças na luz das estrelas quando ele passa na frente da sua própria estrela. Para realizar essa tarefa, normalmente, são usados dados observacionais coletados de telescópios. O período determinado fornece insights sobre a distância do exoplaneta de sua estrela e outras características orbitais. “Ao medir o tempo desses mergulhos, conhecidos como trânsitos, podemos calcular o período orbital do exoplaneta”, comenta o professor.

À medida que o planeta contorna a estrela, a luz da estrela é bloqueada e vemos o mergulho característico do brilho. Este efeito é reproduzido no simulador com um planeta orbitando uma estrela na bancada – Foto: Cortesia de Andrew Vanderburg, CfA-Harvard & MIT
No caso do Exoplanet Exploration Analyzer, o foco é o método de trânsito que foi usado nas missões CoRoT, KEPLER, TESS e que será usado no PLATO (próximo satélite caçador de planetas da Agência Espacial Europeia). De acordo com o professor José Dias, utilizando o EEA novas portas serão abertas para a demonstração de como é feita a descoberta e a análise de planetas fora do nosso sistema solar.

Nos últimos anos, o Ge3 vem fazendo ações para a divulgação e popularização da astrofísica e da astronomia dentro da Universidade. A participação do Ge3 em eventos como a Semana da Ciência, Tecnologia e Cultura da UFRN (Cientec) foi uma maneira encontrada pelo grupo para trabalhar a divulgação dessas duas temáticas.

Atualmente, vários grupos utilizam o simulador que, em breve, estará no observatório da UFRN que está em construção. “O EEA Popularizou as bases físicas da técnica de detecção de exoplanetas por trânsito. Nossa contribuição com o simulador trouxe para a UFRN uma expertise que hoje é copiada por outros grupos no Brasil. Uma versão primitiva deste experimento foi feita em Harvard no início dos anos 2012. Ao longo desses 10 anos, desde a elaboração do simulador, aconteceu uma série de evoluções”, conclui o docente.

Fonte: UFRN

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