A Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN em parceria com a CNI, revela que, no mês de setembro, a produção industrial potiguar voltou a cair (indicador de 44,3 pontos), após registrar aumento por sete meses seguidos. Acompanhando a queda da produção, o nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) caiu três pontos percentuais, passando de 73% para 70%, e foi considerado pelos empresários consultados como abaixo do usual para meses de setembro (índice de 45,9 pontos). Adicionalmente, o emprego industrial também registrou queda (49,3 pontos), ainda que menos acentuada do que no levantamento anterior. Além disso, os estoques de produtos finais caíram (47,6 pontos) e ficaram abaixo do nível planejado pelo conjunto da indústria (49,0 pontos).
No terceiro trimestre de 2022, os empresários potiguares mostraram insatisfação com suas margens de lucro (indicador de 49,2 pontos). A situação financeira, por sua vez, foi considerada satisfatória (indicador de 51,0 pontos). O acesso ao crédito foi apontado como mais fácil do que no trimestre anterior (51,7 pontos). Os empresários avaliaram, ainda, que os preços médios das matérias-primas subiram, conforme indicador de 60,1 pontos, todavia, em menor intensidade do que no segundo trimestre.
Os principais problemas da indústria no terceiro trimestre de 2022, na opinião dos empresários potiguares, continuou sendo a falta ou alto custo da matéria-prima – pelo oitavo trimestre consecutivo -, apesar do significativo recuo nas citações, seguido pela elevada carga tributária, que se tornou mais evidente, pela competição desleal e pela falta ou alto custo da energia.
Em outubro de 2022, os industriais potiguares apontaram expectativas de crescimento na demanda e no número de empregados nos próximos seis meses. Contudo, esperam queda na compra de matérias-primas e nas exportações. A intenção de investimento, por sua vez, voltou a cair, atingindo 56,0 pontos, o que representa recuo de 1,9 ponto na comparação com setembro de 2022 (57,9 pontos), mas ainda supera em 8,6 pontos o indicador de outubro de 2021 (47,4 pontos).
Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observam-se, em alguns aspectos, comportamento divergente. As pequenas indústrias apontaram aumento no número de empregados; estoques efetivos abaixo do planejado; insatisfação com o lucro operacional e com a situação financeira; facilidade em obter crédito; e preveem aumento no número de empregados e na compra de matérias-primas, e estabilidade nas exportações nos próximos seis meses. As médias e grandes empresas, por sua vez, assinalaram queda no número de empregados; estoques efetivos dentro do desejado; satisfação com suas margens de lucro e situação financeira; dificuldade no acesso ao crédito; e as perspectivas para os próximos seis meses são de estabilidade no número de empregados e de queda na compra de insumos e nas exportações.
Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados divulgados em 18/10 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram. O indicador de nível de produção nacional, por exemplo, declinou de 54,5 para 49,0 pontos. Quanto às diferenças, os empresários do conjunto do país apontaram crescimento no número de empregados (indicador de 51,4 pontos); os estoques de produtos finais ficaram estáveis e um pouco acima do planejado pelas empresas; o acesso ao crédito foi considerado difícil; e as expectativas seguem otimistas em relação às compras de matérias-primas e às exportações para os próximos seis meses.