Profissionais de saúde realizam ações em Natal e Mossoró nesta sexta-feira, 21, dentro da programação do Janeiro Roxo, que promove conscientização sobre a hanseníase. Na capital, os atendimentos acontecem na unidade clínica do Instituto de Medicina Tropical (IMT/UFRN), ao lado do Hospital Giselda Trigueiro. Em Mossoró, o trabalho é realizado no Centro Clínico Bom Jardim (PAM do Bom Jardim). As ações contaram com a participação de dermatologistas voluntários e não exigiam agendamento nem retirada de fichas. Serão feitos entre 100 a 120 atendimentos nas duas cidades.
Anualmente, a UFRN se junta à OMS, à Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e às secretarias de saúde municipais no trabalho de busca ativa por meio de campanhas educativas e mobilizações a respeito da doença. Nesta semana mesmo, o trabalho ancorado pelo Governo do Estado, em parceria com as prefeituras, desenvolve atividades em diversos municípios, que incluem a oferta de atendimento à população com sinais e sintomas da doença.
Entre as doenças negligenciadas, a hanseníase afeta 210 mil pessoas por ano em todo o mundo, 30 mil só no Brasil, segundo país em número de casos. Devido à pandemia da covid-19, o número de novos diagnósticos caiu 50%, o que favorece as complicações da doença, que avança lentamente e, se não cuidada, pode provocar sequelas irreversíveis. No Rio Grande do Norte, a média de casos novos identificados caiu de 300 para menos de 200, segundo informou o dermatologista Maurício Lisboa Nobre, assessor para hanseníase na Organização Mundial de Saúde (OMS) e pesquisador do Instituto de Medicina Tropical (IMT/UFRN).
Por esse motivo, segundo ele, o Programa Nacional de Controle da Hanseníase estabeleceu a semana de 17 a 21 de janeiro de 2022 como uma semana de intensificação das ações de busca ativa de casos, coincidindo com o Janeiro Roxo, um mês já dedicado ao controle da endemia no Brasil de hanseníase.
Hanseníase
Causada por infecção com a bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase se manisfesta por meio de manchas na pele que não melhoram com os tratamentos tradicionais prescritos, especialmente quando vêm acompanhadas de dormência nesses locais ou nas mãos e nos pés. As manchas não coçam, não ardem e não incomodam.
É também possível o aparecimento de úlceras de pernas e pés, caroços no corpo — em alguns casos avermelhados e dolorosos —, febre, edemas, dor nas juntas, entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz e dos olhos. O tratamento realizado com antibióticos e outros medicamentos dura de 6 a 12 meses e leva à cura.