Projeto da UFRGS salva fotos molhadas nas enchentes do Rio Grande do Sul

Em um espaço improvisado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), um grupo de cerca de 20 pessoas, entre professores, estudantes e voluntários, trabalha na recuperação de fotografias encharcadas e sujas de lama.

O projeto Resgate de Memórias é uma criação do Núcleo de Antropologia Visual (Navisual), e está ajudando a salvar lembranças danificadas nas enchentes que atingiram o estado gaúcho no primeiro semestre de 2024. O desastre afetou 2,3 milhões de pessoas e causou 179 mortes, segundo o balanço da Defesa Civil do RS divulgado no início de de julho.

“Nossa equipe vibra a cada salvamento. É muito emocionante, em meio a tantas perdas, termos achados”, afirma Fabiene Gama, professora adjunta do Departamento de Antropologia da UFRGS e coordenadora do Navisual.
Cada foto passa por um processo de documentação, lavagem, secagem, armazenamento e, se necessário, restauração digital. Em uma corrida contra o tempo, o projeto ainda foca nas primeiras etapas, que são essenciais para interromper a deterioração em curso.

Foi nesse processo que surgiu um caso que emocionou a equipe: a descoberta de uma foto quase intacta escondida entre fotos grudadas em um álbum familiar. Ele pertencia a uma moradora do bairro de Vila Farrapos, em Porto Alegre. “Enviamos o vídeo para a Bárbara [dona do registro], que ficou muito emocionada ao rever a fotografia e descobrir seu estado”, afirma Gama. “Estamos lidando com materiais sensíveis, muito pessoais, que as pessoas consideram seu bem mais precioso.”

O vídeo do momento em que a foto é encontrada após a remoção dos plásticos foi publicado no Instagram do projeto.

Fonte: Revista GALILEU

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