Uma proposta conduzida por um professor do Instituto Metrópole Digital (Imd) receberá um aporte de R$ 5 milhões para criação de um negócio de inteligência artificial (IA) para a área da Saúde. Trata-se de uma tecnologia capaz de acompanhar, de modo inteligente e automático, dados vitais e funcionais de pacientes, garantindo assessoramento médico por meio de computação.
A ideia foi selecionada entre centenas de projetos brasileiros, inscritos no programa InovaDoc, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Com o resultado, ela irá se tornar empresa, cujo negócio deverá se associar, ainda em 2024, ao programa de incubação do Parque Tecnológico Metrópole Digital (Metrópole Parque).
Segundo o professor Itamir Barroca, docente do IMD que está à frente do projeto, uma vez criada, a empresa, que vai se chamar Healthcare Artificial Intelligence (HAI), deve investir no desenvolvimento de sua principal plataforma, a Central de Monitoramento Inteligente. A ferramenta deverá entregar monitoramento tanto de sinais vitais como de dados estratégicos para instituições de saúde.
“A nossa pretensão é possibilitar o acompanhamento do estado do paciente sob uma ótica completa, inclusive verificando prontuários eletrônicos, exames e sinais vitais, para introduzir, nesse processo, os conceitos de IA e aprendizado de máquina”, conta Itamir Barroca.
Para isso, a nova tecnologia será capaz de acompanhar sozinha informações como batimentos cardíacos e temperatura do paciente. Também irá informar, por exemplo, qual é o custo despendido com aquele tratamento. Além disso, a Central também poderá sugerir, ela mesma, o seguimento de protocolos de Saúde de acordo com o quadro clínico da pessoa internada.
A nova empresa também aposta em IA Generativa, recurso difundido em todo o mundo graças a plataformas como o Chat GPT.
IA para Saúde
Segundo o docente, quando um paciente em situação crítica é internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital, normalmente o acompanhamento de seu estado é feito pelo registro instantâneo de sinais vitais, pelo prontuário e por exames médicos – sem a perspectiva de se estimar a unificação desses resultados, por exemplo. A partir daí, tecnologias como IA e aprendizado de máquina surgem como diferenciais.
“Além de registrar todos os dados, a ideia é adicionar inteligência artificial. Ou seja, a plataforma acompanha os sinais vitais do paciente e propõe, por exemplo, modos de tratamento, baseando-se em protocolos já consolidados na área da saúde e possibilitando um atendimento personalizado. E isso tudo com acompanhamento e possibilidade de redução de custos para o hospital”, comenta o professor.
A temática serviu de objeto de estudo de doutorado para Itamir Barroca, que constatou, em suas pesquisas, a falta de uma arquitetura de referência – fator indispensável para a criação de uma ferramenta inteligente como a Central. Além disso, os sistemas utilizados no contexto local não estavam interligados a protocolos de Saúde defendidos pelas autoridades.
O resultado desse trabalho foi a concepção tanto de uma arquitetura como de componentes de software que hoje compõem a Central, agora prestes a virar negócio, em março de 2024. Segundo Barroca, os R$ 5 milhões garantidos pela Finep devem financiar o amadurecimento da plataforma e também a contratação de profissionais. A expectativa, de acordo com o docente, é de que a HAI dê início à participação no mercado após o primeiro ano de desenvolvimento.
Fonte: UFRN