Com o objetivo de fazer um escaneamento para identificar as áreas com maior risco de desmoronamento de falésias no litoral sul, o projeto Diagnóstico de risco de desmoronamento das falésias Pipa e Barra de Tabatinga – RN, coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio do professor Rodrigo de Freitas Amorim, do Departamento de Geografia, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), realiza uma operação de observação em áreas de difícil acesso do Litoral Sul do estado.
A operação acontece nos dias 21 e 22 de agosto e conta com o auxílio do helicóptero da Secretaria de Estado da Segurança Pública, que sobrevoará essas áreas utilizando o equipamento LaserScan e drones. Durante a semana, foram realizadas reuniões com as equipes técnicas de cada órgão para definir as estratégias.
De acordo com o professor Rodrigo Amorim, o projeto tem a finalidade de “realizar diagnóstico técnico-científico de caracterização e situação geomorfológica das falésias nas praias de Pipa, no município de Tibau do Sul, e Barra de Tabatinga, em Nísia Floresta, apontando soluções para o risco de desmoronamento, bem como indicadores para tomada de decisão e melhor governança ambiental da área”.
O projeto conta com o aporte de recursos da ordem de R$393 mil do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), proveniente de convênio celebrado no mês de dezembro de 2020, logo após a tragédia que vitimou um casal e a filha em decorrência do desabamento de parte de uma falésia em Pipa, um dos principais destinos turísticos do RN.
“O fato é que as falésias proporcionam, ao mesmo tempo, beleza cênica e abrigo natural contra o sol, fazendo com que banhistas se aproximem da base da encosta para se protegerem do sol ou tirar fotografia. Contudo, a dinâmica de evolução das falésias coloca em risco a vida das pessoas, tanto na parte superior quanto na base”, lembrou o professor ao justificar o projeto.
O projeto tem o objetivo de produzir uma análise das características físicas e de ocupação das falésias nos municípios de Nísia Floresta e Tibau do Sul, a partir de uma abordagem multi proxy (estratigrafia, geomorfologia, dinâmica de maré, grau de fraturamento, coesão e parâmetros geométricos obtidos por imageamento com drone, LaserScan, perfilagem por raios gama e GPR).
Os resultados vão produzir um diagnóstico que servirá de base para a proposição de medidas voltadas à diminuição do risco aos moradores e turistas. Para atingir os objetivos, o projeto irá empregar um conjunto de técnicas geofísicas voltadas para a caracterização da geologia e estratigrafia das falésias, juntamente com dados da dinâmica marinha que produz a erosão na base dos paredões, coletados a partir da aerofotogrametria.