Projeto em saúde digital do LAIS-UFRN é premiado no Mato Grosso do Sul

O trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) vem ultrapassando fronteiras nacionais e internacionais. O mais recente resultado positivo foi o reconhecimento da parceria realizada entre o LAIS e a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, com a entrega do título Prefeito Inovador 2022, resultante da implementação da teleinterconsulta, serviço de saúde digital que beneficia diretamente o paciente.

Implementado em dezembro do ano passado na capital sul-mato-grossense, o serviço tem apresentado excelentes resultados e já auxiliou o atendimento de centenas de pacientes, que tiveram acesso a consulta com médicos especialistas sem a necessidade de aguardar por um longo período e perto de casa.

Campo Grande foi a primeira cidade do estado a instituir o programa na Atenção Primária, com a oferta do serviço ocorrendo em nove unidades diferentes. O método utilizado é simples e eficiente. “Por meio de uma webconferência, o profissional de saúde utiliza estratégias de atendimento compartilhado entre paciente, médico assistente e especialista”, explicou o coordenador de Telessaúde do LAIS e pesquisador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Higor Morais.

Nesse projeto, o LAIS foi convidado a atuar diretamente na metas de desenvolver uma solução em saúde digital, possibilitando a realização de teleconsultas (quando há a interação entre o paciente e o profissional de saúde diretamente) e teleinterconsultas (quando a interação ocorre entre dois profissionais da saúde, sendo um especialista e o outro da unidade básica de saúde, para encontrar a melhor solução para o paciente, que também participa).

Além do LAIS, a parceria para a implantação do Programa Municipal de Teleinterconsulta conta com a participação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Laboratório de Inovação na Atenção Primária à Saúde (Inovaaps). Para a assessora do Inovaaps, Dinaci Ranzi, a parceria com o LAIS vem fortalecer as atividades que estão sendo colocadas em prática, com a proposta inovar na atenção primária. “Desta forma estamos fazendo com que a atenção primária de Campo Grande seja resolutiva e cumpra o seu verdadeiro papel de atendimento de qualidade. O Teleinterconsulta foi um ganho significativo para o sistema de saúde, mas também para o cidadão. A parceria nos dá um novo conceito de cuidado, de como fazer a saúde pública para o cidadão no território utilizando a tecnologia e a expertise do LAIS para esse fortalecimento”.

Atualmente são ofertadas vagas em cardiologia, mas a oferta está em expansão, havendo a expectativa de atendimento em outras especialidades, como alergia e imunologia, angiologia, cirurgia geral, dermatologia, endocrinologia, hematologia, infectologia, mastologia, pneumologia, neurologia, oftalmologia, psiquiatria e urologia.

As mudanças ocasionadas pelo projeto já são percebidas por todos. De acordo com o secretário de Saúde de Campo Grande, José Mauro Filho, houve uma redução na fila de espera. “Tivemos uma média de 80 consultas por mês que não precisavam ser encaminhadas para o atendimento, diminuindo a fila. Atualmente, temos uma fila de sete dias de espera para uma consulta com um especialista”, ressaltou o secretário.

O programa prevê ainda a qualificação dos encaminhamentos para a atenção especializada e a diminuição do tempo de espera para o atendimento especializado presencial, atuando na queda da demanda reprimida nos deslocamentos dos usuários, reduzindo gastos com transporte.

Para o diretor executivo do LAIS, professor Ricardo Valentim, as teleinterconsultas fazem parte do processo de transformação digital da saúde, impulsionado, também, pelo período de pandemia da covid-19, durante o qual o Sistema Único de Saúde precisou se adequar para melhor atender. “A incorporação da tecnologia reduz as iniquidades, aumentando o acesso ao serviço de qualidade por meio do processo de transformação digital na saúde”, ressaltou.

Fonte: UFRN