Record investe R$ 622 milhões, mas tem lucro menor que o SBT em 2021

A Record cresceu substancialmente seus investimentos no ano passado. Foram R$ 622 milhões desembolsados em novas mídias, modernização e principalmente produção. É um crescimento de 27,8% em relação a 2020, ano marcado pelo início da pandemia da Covid-19. Mesmo com o valor alto, o lucro líquido que a TV de Edir Macedo teve foi menor do que seu principal concorrente, o SBT.

O patrimônio da Record cresceu de R$ 5,05 bilhões para R$ 6,41 bilhões entre 2020 e 2021 –uma alta de 28%. Mas o que infla os números é a estratégia revelada pelo colunista Guilherme Ravache, do Notícias da TV: a empresa coloca junto as verbas oriundas do banco que pertence ao líder da Igreja Universal do Reino de Deus, o Digimais –antigo Banco Renner.

Conforme o balanço financeiro da emissora, uma verba de R$ 3,38 bilhões surge apenas com a explicação de ser uma “operação de intermediação financeira”. O patrimônio total do grupo, antes de tal negociação, era de pouco mais de R$ 2,5 bilhões.

Em 2020, a Record não soube explicar como houve tamanho crescimento, fato que continua sem explicação no balanço mais recente. Por ser uma empresa privada, a Record não tem exatamente a obrigação de explicar o assunto. O Notícias da TV não obteve resposta até o fechamento.

Diferentemente do SBT, que só investe em TV, a Record é um conglomerado que tem rádios em todo o Brasil, filiais bancadas pela rede segunda colocada em algumas capitais, como Rio de Janeiro e Goiânia, e o portal R7. Isso aumenta sua possibilidade de arrecadação.

Na área de investimentos, a Record cresceu R$ 174 milhões seus valores. Dois fatos explicam: o primeiro é o crescimento da folha salarial da empresa, de R$ 56,7 milhões para R$ 68,7 milhões; também houve acréscimo em direitos de transmissão de R$ 21,9 milhões, que não estavam na folha antes –a Record comprou o Carioca e o Paulista no ano passado.