Vivendo sozinho na quarentena, o ator Fabio Assunção, 48 anos, passa o tempo cuidando de si — em todos os sentidos. No plano espiritual, anda imerso no estudo de Ifá, sistema de princípios religiosos originário da Nigéria, e por causa disso está aprendendo o iorubá, entre outros idiomas. No filosófico, disseca a teoria dos direitos humanos em um grupo de estudos. E no físico, radicalizou: perdeu quase 30 quilos e ganhou músculos. Sem beber desde o início do ano, considera sua dependência de drogas sob controle e sua compulsão “bem acolhida — só fumo cigarro”.
Embora supere melhor agora a exposição, admite ter sido “muito ruim” encarar a repercussão de seguidas mostras públicas de vícios, como quando, sob efeito de álcool, se envolveu em uma discussão em Pernambuco e foi levado em uma viatura algemado, em 2017. Com a série Onde Está Meu Coração pronta e sem data de estreia, aguarda o momento de voltar a gravar o seriado Fim, marcado para março. Indaga-se, porém: “Teremos março?”. Fabio tratou dessa e de outras questões em entrevista a VEJA por videochamada, de seu apartamento no Rio de Janeiro.
Seus problemas no passado com álcool e drogas são bem conhecidos. Teve medo de uma recaída durante a quarentena? Essa é uma questão que pauta a vida de qualquer pessoa que tem compulsão. O medo me acompanha sempre. Sei que não posso dar brechas e que há situações em que preciso ser firme e dizer não. Por exemplo: posso beber, mas tomei a decisão este ano de não ingerir nenhuma gota de álcool.
Fonte: Revista VEJA (adaptado)