Durante a 12ª reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada em Brasília, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, apresentou um panorama das arboviroses no Brasil, ressaltando a importância do engajamento da população e dos gestores locais.
A secretária pontuou os resultados das mobilizações realizadas pelos estados e municípios, especialmente o “Dia D” de controle ao Aedes aegypti, promovido no último fim de semana. Segundo a secretária, as ações de controle realizadas no final de novembro e início de dezembro já começam a mostrar resultados positivos.
“Comparando com o mesmo período de 2023, houve uma redução no número de casos. Ainda assim, é essencial continuar monitorando as próximas semanas para compreender o comportamento da doença”, afirmou Ethel.
Dengue em números
Em 2024, o Brasil registrou 620,9 mil casos prováveis de dengue, com uma taxa de letalidade de 0,09%. Até agora, foram confirmados 5,9 mil óbitos. O padrão epidemiológico da doença tem mudado, influenciado pelas alterações climáticas observadas nas últimas décadas. Este ano, o aumento dos casos começou mais cedo, nas semanas epidemiológicas 51 e 52, diferente do padrão usual de pico em março.
Vacinação e ações preventivas
Até o momento, 1.921 municípios receberam vacinas contra a dengue, mas apenas 54% das doses foram registradas como aplicadas. Para 2025, o Ministério da Saúde anunciou a vacinação em 521 municípios, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo mais vulnerável à hospitalização pela doença.
O foco, no entanto, dada a ainda baixa oferta de doses por parte da empresa fabricante, ainda está na prevenção com o descarte dos focos do mosquito transmissor.
Outras arboviroses em foco
Além da dengue, o padrão de chikungunya e Zika também apresentou mudanças. Apesar do aumento de casos nas mesmas semanas que a dengue, as mobilizações municipais têm mostrado efetividade, com números menores em relação a 2023.
Espírito Santo: modelo de vigilância rigorosa
O Espírito Santo concentrou 80% dos casos de arboviroses nas últimas semanas. O estado implementou vigilância rigorosa, testando 100% das amostras negativas para dengue, Zika e chikungunya, permitindo diagnósticos mais precisos. “Cerca de 40% dos casos prováveis no Brasil testam negativo para essas doenças, indicando a possível presença de outros patógenos”, explicou Ethel em seu informe na CIT, citando, também, a vigilância para casos de Oropouche.