Segundo jornal, estudante que denunciou professora da UFRN por racismo vai recorrer de arquivamento do processo

A estudante do curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Amanda Pereira da Silva, avalia a melhor forma de recorrer da decisão da Universidade que optou por arquivar a sindicância interna aberta para apurar se houve racismo na conduta da professora, Flávia de Sá Pedreira. O caso ocorreu em janeiro deste ano quando, durante a disciplina de Historiografia Brasileira, a professora foi acusada pela estudante de relativizar a escravidão no Brasil, sem apresentar base teórica para apoiar a argumentação.

“Estamos avaliando o melhor caminho, se daremos continuidade dentro ou fora da universidade. Mas não ficará por isso mesmo. Não seria justo comigo, nem com quem passou e passa por isso dentro da UFRN. Até porque, isso não pode acontecer novamente. O que a professora Flavia fez comigo em sala de aula eu jamais imaginei ser possível de tão absurdo e violento. E, por isso, esperávamos uma sanção. Houve um desleixo da UFRN diante das violências que sofri, faltou zelo e cuidado por parte da instituição”, avalia a estudante que disse ter recebido apoio de alguns professores do departamento de História durante o caso.

O processo administrativo começou na Ouvidoria da UFRN e foi repassado para uma comissão de três professores, que decidiu arquivar a denúncia de racismo e indicar que aluna e professora fizessem um curso de comunicação não-violenta. A diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), Maria das Graças Soares Rodrigues, homologou a decisão.

“Esperávamos, ao menos, uma decisão de assédio moral. São várias questões colocadas, desde o termo “babaquice”, a acusação de racismo reverso, o comando da professora para que a estudante não estivesse mais na sala de aula com ela e não cursasse mais a disciplina, além de dizer que outro professor iria ‘ensaboar’ ela. São várias barbaridades que a professora vai falando e que a universidade considerou normais”, critica Hélio Miguel, advogado de Amanda.

“Estamos analisando se vamos tentar via universidade porque pela forma como a decisão foi argumentada, não sabemos se vale a pena. Mas, certamente, vamos tentar em outras instâncias judiciais para mostrar os erros do processo que correu na universidade e como eles não resolveram a violação”, acrescenta Hélio.

Fonte: jornal Saiba Mais

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